100 anos da Estrada Parque: linda e pioneira
Ela é em um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica do interior de São Paulo
Após 100 anos de sua inauguração, a Rodovia SP-312 hoje é chamada de Estrada Parque desde 1996. Ela é a primeira rodovia estadual do Brasil a ser elevada à categoria especial de Museu Permanente de Percurso.
Ela é em um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica do interior de São Paulo e trata-se de uma classificação especial para rodovias e estradas que estão localizadas em áreas de exuberância cênica e de relevante interesse patrimonial, quer seja natural, ambiental, arqueológico, cultural ou paisagístico, que podem ser tombadas ou especialmente protegidas.
O projeto de elevar a SP-312 à Estrada Parque foi um projeto desenvolvido pela Secretaria de Cultura e Turismo da Prefeitura de Itu em parceria com o Museu Republicano e a SOS Mata Atlântica, nos anos de 1993 a 1996.
A concepção era valorizar o local e estava dividida em duas etapas ao longo dos nove mil e oitocentos metros de estrada inseridos na área de preservação municipal do munícipio. “O nome Estrada Parque vem de um conceito de estrada que estava na época prevalecendo no Brasil e nós compramos essa ideia, afinal era uma estrada natural cheia de atrativos”, disse Geraldo Garcia, que era o secretário de Cultura e Turismo de Itu na época que foi dada a nomenclatura.
Ainda segundo Geraldo, o projeto era oferecer aos visitantes paradas e locais para piqueniques, playground, além de segurança e a oportunidade de todos poderem desfrutar do meio ambiente de forma respeitosa e responsável. “Infelizmente, não conseguimos, durante os 4 anos, concretizar tudo que estava no projeto, mas conseguimos colocar o portal, em estilo colonial, tanto na entrada da cidade de Itu quanto em Cabreúva, a reforma da Gruta da Glória oferecendo segurança e painéis explicativos, além de montar a sede da Estrada Parque e também da SOS Mata Atlântica”, conta.
Ele ainda revela que no espaço, ao lado da gruta, havia uma favela com muitos moradores e que essa foi a parte mais trabalhosa. “Tínhamos que tratar essas pessoas com todo respeito e dignidade, por isso conseguimos, na época, alojar esses moradores dignamente para que no local pudéssemos montar a sede”.
Ainda no projeto havia a intenção de criar atrativos ao redor do Jequitibá Rosa, além de homenagear os romeiros através de um monumento. “Foram coisas que não conseguimos concretizar e é uma pena que não houve procedimento, mas me lembro o esforço que foi de todos que estavam empenhados em transformar aquela rodovia em Estrada Parque”, disse Garcia. “Espero que todo o projeto seja retomado nesse centenário”, finaliza.
Revitalização
E após dez décadas, a Estrada Parque que segue o antigo caminho dos índios, que posteriormente foi utilizado pelos dos Bandeirantes, ganhou a promessa de ser revitalizada.
O projeto que foi desenvolvido pela secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Itu, e tem a promessa de iniciar neste ano, visa viabilizar a implantação de infraestrutura para apoio aos visitantes, ciclistas e romeiros, assim como a implantação de novos atrativos, produtos e serviços turísticos para as áreas potenciais às margens da SP-312.
Os trabalhos de diagnóstico e a análise de viabilidade técnica e econômica para a revitalização estão sendo desenvolvidas pelo Grupo Eco & Eco, empresa brasileira pioneira em desenvolver e implementar estruturas inovadoras em áreas ambientais, com a parceria da SoloUrbe, empresa especializada em arquitetura e urbanismo juntamente com o corpo técnico da Secretaria Meio Ambiente da Prefeitura de Itu.
Reportagem Especial
O Jornal de Itu começou neste domingo uma série de reportagens especiais sobre a Estrada Parque. O nosso próximo tema será riqueza da fauna e flora do local. Leia aqui as reportagens anteriores:
(Texto: Denise Katahira Fotos: Carol Rivieri)
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Eu morei na casa do DER que fica ao lado dessa árvore,meu pai contava que o filho de um funcionário que morou nessa casa deu uma machadada nessa árvore e a família foi retirada da casa,existia marcas do machachado na árvore quando eu morava aí,faz muito anos que mudamos para a cidade, não sei se ainda tem marcas na árvore.
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