Adolescente atua como atleta-guia de deficiente visual em corrida de rua

Uma história ocorrida na 37ª Volta Pedestre de Itu, realizada no último dia 16, mostra o valor da solidariedade.  O jovem Ian Varin Gomes, de apenas 13 anos foi, pela primeira vez, o atleta-guia de Custódio José Ferreira, de 63, que é deficiente visual.

“Fui os olhos dele durante a prova. Precisei avisá-lo dos obstáculos no percurso e pegar água”, compartilhou o adolescente, que aprendeu na família o valor da solidariedade.

Um dos antigos guias de Custódio é Felipe Pi, padrasto de Ian. O menino, durante toda a infância, acompanhou a trajetória do “pai de coração “, como ele mesmo intitula, na função de voluntário da Escola de Cegos Santa Luzia.

“Minha família sempre me ensinou a ajudar o próximo. Então, na corrida, consegui conciliar isso com o esporte, que é minha paixão também”, dividiu o garoto.

O ato de Ian foi destacado pelo seu parceiro de prova, que disse ficar mais confiante tendo um guia tão próximo de seu antigo companheiro. “É uma alegria para mim presenciar o início desse menino, que já usa o esporte para espalhar o bem, como guia”, frisou Custódio.

O papel do atleta-guia é conduzir o corredor com deficiência visual durante as provas de pista e rua para que não altere sua direção e possa se machucar ou colidir com outros competidores.

No caso dos campeonatos do paradesporto, a sincronia da dupla deve ser ainda maior. Todo o local onde acontecem as disputas é filmado por câmeras e os passos do guia não podem ultrapassar os do para-atleta.

(Texto: Murilo Pereira Foto: Divulgação)

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