Aluguel até R$ 1,2 mil e imóvel usado de até R$ 400 mil lideram mercados em SP

Pesquisa CreciSP foi feita em 37 cidades, incluindo Itu

           Casas ou apartamentos usados com preços de até R$ 400 mil e o aluguel desses mesmos tipos de imóveis limitado a até R$ 1.200,00 mensais foram os líderes de vendas e locação em Novembro no Estado de São Paulo segundo revelou pesquisa feita com 876 imobiliárias de 37 cidades pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP).

           “A concentração das vendas e da locação nesses valores expressa a limitação da renda das famílias que precisaram alugar ou que puderam comprar imóveis, o que fica mais evidente ainda ao se observar as faixas de preços que concentraram os maiores volumes de negócios desses dois segmentos do mercado”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP.

          A faixa de preço com mais imóveis alugados, dentre as 11 que compõem a pesquisa, foi a dos aluguéis médios entre R$ 301,00 e R$ 600,00, com participação de 20,61% no total de novos contratos formalizados em Novembro. Nas 11 faixas de valores médios de venda, a das casas e apartamentos com preços entre R$ 201 mil e R$ 400 mil representou 29,14% do total, maior percentual registrado pela pesquisa nesse mês. 

          Mesmo limitadas a preços menores, tanto as locações quanto as vendas registraram bom desempenho entre Janeiro e  Novembro de 2021. Ainda que tenham tido queda de 5,87% nesse mês, as vendas de imóveis usados acumularam saldo positivo de 15,03% nesses 11 meses. A locação de residências cresceu 0,68% em Novembro e o saldo em 11 meses ficou positivo em 19,84%.   

“A pandemia impulsionou na locação a troca de moradias com mais espaço útil interno e até de cidade enquanto que a inflação e a perda de rentabilidade dos investimentos financeiros fizeram com que parte dos recursos guardados fossem destinados à compra de imóveis”, pondera Viana Neto.

O presidente do CreciSP lembra que somente a poupança, por exemplo, perdeu recursos em 2021 com a retirada de R$ 35,5 bilhões, primeiro resultado negativo em quatro anos, mas observa que a maior entrada de recursos no mercado imobiliário não resultou em uma inflação de preços dos imóveis usados e dos aluguéis.

O índice Crecisp, que mede o comportamento dos preços dos aluguéis novos e dos imóveis usados negociados pelas imobiliárias pesquisadas mensalmente pelo Creci, registrou aumento de 0,59% em Novembro e estava positivo em 5,10% no acumulado dos primeiros 11 meses de 2021, abaixo do IPCA de 9,26% registrado no mesmo período.

                              Pagando à vista

                A migração de dinheiro investido em aplicações financeiras para o mercado imobiliário é ilustrada, na pesquisa do CreciSP, pela expressiva participação dos pagamentos feitos à vista nas vendas de imóveis usados em Novembro, que somou 44,38% do total de negócios formalizados nas 876 imobiliárias pesquisadas em 37 cidades.

Os financiamentos de bancos públicos e privados responderam por 49,9%, as vendas com pagamento parcelado pelos proprietários por 5,52% e as realizadas por consórcios pelos restantes 0,19%.

A queda de 5,87% nas vendas em Novembro foi puxada pelos resultados negativos em três das quatro regiões que compõem a pesquisa CreciSP: Litoral (- 14,11%), Interior (- 5,37%) e nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco, na Grande São Paulo (- 2,65%). Na Capital houve aumento de 2,02%.

Foram vendidos em Novembro mais apartamentos (61,9%) do que casas (38,1%) com descontos sobre os preços iniciais de venda que variaram de 6,33% para os imóveis situados em bairros de áreas nobres das cidades, de 7,26% para os de regiões centrais e de 9,78% para os de bairros de periferia.

Excetuada a Capital, os imóveis mais baratos que as imobiliárias venderam foram casa de 1 dormitório em bairros centrais de São Bernardo por R$ 170 mil, apartamento de 2 dormitórios em bairro da periferia de Campinas por R$ 95 mil e apartamentos de 1 dormitório também na periferia de Praia Grande por preços médios entre R$ 65 mil e R$ 110 mil.

Os mais caros ficaram na casa do milhão. Nas cidades da Grande São Paulo, foi vendida por R$ 4,5 milhões casa de 5 dormitórios em bairro nobre de Osasco. No Interior, casa de 4 dormitórios também em bairro nobre de Taubaté custou R$ 1,9 milhão ao comprador. No Litoral, o imóvel mais caro foi  apartamento de 4 dormitórios em bairro nobre de Bertioga, vendido por R$ 1.7 milhão.

Aluguéis novos têm desconto

Os donos de imóveis reduziram as margens de descontos sobre os preços iniciais que pediram pelo aluguel de alguns tipos de imóveis em Novembro, segundo apurou pesquisa realizada pelo CreciSP com 876 imobiliárias de 37 cidades do Estado de São Paulo.

O desconto baixou 9,66%, de 7,01% em Outubro para 6,33% em Novembro, para imóveis localizados em bairros de área nobres dessas cidades. Em bairros de periferia, a queda foi de 35,03%, com o desconto médio caindo de 15,05% em Outubro para 9,78% em Novembro. Nos bairros de regiões centrais o desconto aumentou em vez de baixar – de 6,71% em Outubro para 7,26% em Novembro, alta de 8,16%.

Os descontos ajudaram a aumentar a locação de imóveis em Novembro, uma alta de 0,68% frente a Outubro e puxada pelos bons resultados registrados na Capital (+ 3,35%) e no Interior (+ 4,13%). No Litoral houve queda de 4,46% e na Grande São Paulo, de 7,51%.

Foram alugadas mais casas (53,71%) do que apartamentos (46,29%), com aluguel médio concentrado na faixa de até R$ 1,2 mil (56,24% do total). Os pagamentos desses aluguéis, em caso de inadimplência dos inquilinos, estão garantidos por fiadores pessoas físicas (38,2%), seguro de fiança (30,33%), depósito de três meses do valor do aluguel (16,75%), caução de imóveis (10,06%) e cessão fiduciária (1,36%). Outros 3,29% foram alugados sem garantia.

   Mais caros, mais baratos

Os aluguéis mais baratos em Novembro registrados pela pesquisa CreciSP, à exceção da Capital, variaram de R$ 300,00 a R$ 1,3 mil por casas de 1 dormitório em bairros centrais de Osasco. Em Franca, no Interior, casa de 2 cômodos em bairro de periferia foi alugada por R$ 220,00 e em São Vicente, no Litoral, apartamento de 1 dormitório também na periferia foi alugado por R$ 600,00.

Os aluguéis mais caros foram o de casa de 4 dormitórios em bairro nobre de Bertioga no Litoral por R$ 20 mil; de R$ 2,8 mil a R$ 7,7 mil por casas em bairros nobres de Bauru; e de R$ 7 mil por casa de 4 dormitórios em bairro nobre de Guarulhos.

As imobiliárias consultadas pelo CreciSP informaram que o número de contratos de locação cancelados em Novembro equivaleu a 80,56% do total de novos contratos, sendo esses cancelamentos devidos a motivos financeiros (44,93%) ou outras razões, como mudança (55,07%).

A inadimplência baixou 6,47%, caindo de 4,41% dos contratos em vigor em Outubro para 4,12% em Novembro.     

A pesquisa CreciSP foi realizada em 37 cidades do Estado de São Paulo: Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém.

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