As mudanças que surgem para o nosso bem
Hábito é comumente conhecido como uma maneira usual de ser, fazer, sentir, um costume, ou seja, uma prática frequente, regular. Todos nós temos nossos hábitos, alguns gostam de ter uma rotina, que é repetida todos os dias, de maneira quase automática, outros não, mas mesmo esses que preferem não manter uma rotina, fazem algumas coisas que se repetem diariamente, porque somos seres fisiológicos, dotados de instintos, então algumas ações se repetirão nos nossos dias como se fosse uma forma de sobrevivência, o que de alguma maneira não deixa de ser.
Esses hábitos podem ser desde o simples fato de pegar o mesmo ônibus todos os dias para ir trabalhar, ou até mesmo vestir o mesmo estilo de roupa sempre, porque elas são mais confortáveis, aumentam sua autoestima, enfim, há uma extensa variedade de hábitos que mantemos, muitas vezes sem perceber. Até que, em março de 2020 fomos surpreendidos por uma pandemia, algo que não esperávamos e não conhecíamos que mudou as nossas vidas completamente, da noite para o dia, sem exageros ao usar essa expressão.
De repente, tivemos que ficar mais tempo em casa, saindo somente para o necessário, começar a trabalhar de casa, parar de ver nossos amigos e familiares, adquirir hábitos como higienizar frequentemente as mãos, limpar as coisas que compramos com álcool antes de usá-las e usar máscara quando for precisa sair de casa. E assim a máscara acabou se tornando um artigo cada vez mais presente no nosso dia, tivemos que nos habituar a usá-la, tanto para nos protegermos como para proteger as pessoas que nos rodeiam.
E agora, 2 anos depois de quando tudo começou, nos vemos diante de outro desafio, de mudar novamente nossos hábitos. Com o avanço da vacinação, as coisas deixaram de ser tão rígidas como eram no começo dessa pandemia, agora podemos nos reunir com nossos amigos e familiares e até ficar sem máscara nesses encontros com pessoas próximas, mas ela continuava sendo um artigo fundamental para quando fossemos a algum restaurante, loja, academia e outros lugares que frequentamos e que recebe diversas pessoas de uma só vez.
Mas agora a obrigatoriedade de usar esse item está diminuindo cada vez mais, aqui no Estado de São Paulo não somos mais obrigados a usar ela, a obrigatoriedade continua apenas nos transportes públicos e em hospitais. E agora, como ficará esse novo normal? Porque não estamos livres do vírus, apenas precisamos aprender a conviver com ele, como acontece com tantos outros. Alguns estudiosos afirmam que teremos surtos endêmicos, que precisaremos nos vacinar regularmente, como fazemos com a vacina da gripe, que é atualizada anualmente com as novas variantes que surgem, é certo que não teremos como escapar disso, mas enquanto não saímos do estágio de pandemia e passamos para a endemia, que é quando uma doença infecciosa ocorre habitualmente em uma dada população ou região, não necessariamente de forma mundial como acontece na pandemia. Enquanto isso não acontece, algumas medidas estão passando a ser flexibilizadas, como o uso da máscara, mas então, qual seria a melhor atitude que devemos tomar? Algumas pessoas acreditam que o pior já passou, que podemos voltar a viver como antes do vírus.
Porém, alguns especialistas alertam que a medida é considerada prematura nesse momento em que vemos uma alta de casos na China e Europa, depois de flexibilizações como essa. Eles aconselham a moderação, pelo menos até a pandemia ter sido decretada como finalizada pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Então, como seria isso? Eles dizem para não abolir completamente o uso das máscaras mas usá-las sempre que estiver em situações de aglomeração, em algum ambiente fechado com muitas pessoas juntas, além de continuar higienizando constantemente as mãos, um hábito que definitivamente veio para ficar e que só traz benefícios, não somente contra o coronavírus, mas também contra outros vírus e bactérias, afinal as nossas mãos podem ser a porta de entrada para infinitas doenças.
No final a pergunta que fica é: Estamos preparados para esse novo normal? Para vivenciarmos constantemente esses surtos, para evitar aglomerações e para incluir em nossas vidas hábitos higiênicos que não eram tão frequentes em nossas vidas, ou pelo menos na vida da maioria das pessoas e que agora precisarão ser incorporados por todos nós.
Érica Gregorio, jornalista, estudante de Sociologia, escreve periodicamente no seu blog ericagregorio.com