Atacar a educação e os educadores é típico de ignorantes
Neste 15 de maio de 2019 tivemos o privilégio de assistir um dos mais belos espetáculos do mundo. Uma multidão nas ruas para defender educação, juntos, públicos e privados, com o mesmo sentimento.
Infelizmente, após a posse do atual presidente Jair Bolsonaro, os ataques à educação aumentaram com a possibilidade de exclusão de algumas áreas, mas nem só com essas especificamente, mas também às Ciências Humanas, às universidades públicas e aos professores em geral, rotulados de “doutrinadores” pelo presidente e seus seguidores fanatizados. As declarações impensadas do presidente nas redes sociais demonstram claramente que o investimento na educação não é primazia nesse governo.
Abraham Weintraub assumiu a pasta da educação alegando que iria governar para a população ou, como declarou nos meios de comunicação, em favor do “cidadão pagador de impostos”; essa declaração já demonstra que o atual ministro da educação governará mais para as elites do que para os menos favorecidos. Suas declarações e suas posturas em menos de um mês na direção do MEC demonstram que o MEC seguirá as diretrizes da política neoliberal, sem a preocupação em diminuir as desigualdades sociais e exclusões culturais as quais, como sabemos só uma educação de qualidade é capaz de transpor.
Estupefatos, visualizamos um MEC que se afasta cada vez mais do planejamento e aplicação dos fundos públicos para a garantia dos direitos sociais e um governo cujo projeto norteador é a destruição dos direitos que foram democraticamente conquistados em gestões anteriores com muita luta dos educadores e da sociedade em geral. Não podemos aceitar esse retrocesso que representa a perda dos direitos duramente conquistados! Percebemos que desde 2016 a educação no Brasil deixou de ser prioridade do governo federal. Em 2018, ainda sobre a gestão de Michel Temer, houve uma redução orçamentária brusca de bilhões na educação. Tal redução não foi suficiente para Bolsonaro, uma vez que novas reduções, novos cortes ou “contingenciamentos”, não apenas para as universidades públicas, mas também para a educação fundamental, são noticiados quase todos os dias nos meios de comunicação. O atual presidente e seus ministros expressam repulsa e desprezo pelo conhecimento e o senso crítico dos cidadãos, principalmente dos jovens. Ambos demonstram que não medirão esforços para no sentido de silenciar a Filosofia e a Sociologia, como também depreciar as Ciências Humanas e sucatear as universidades públicas, uma vez que estas áreas, como vocês mesmos alegam em redes sociais, não fazem jus ao dinheiro do contribuinte, pois só promovem “balbúrdia”! Tais declarações revelam que os senhores ignoram o papel relevante das universidades públicas no avanço da pesquisa em todas as áreas, bem como a independência tecnológica do país. Por isso, questionamos tais posicionamentos ao assumir o Ministério da Educação, cuja importância para o desenvolvimento do Brasil é essencial. Não nos calaremos, pois temos a convicção de que a educação e todas as áreas do conhecimento precisam ser defendidas, reafirmadas e ampliadas sempre mais, pois são instrumentos de resistência, transformação e promoção dos trabalhadores na sua luta histórica contra a ignorância, a dominação e a exploração.
A Educação, na pessoa de seus agentes professores e alunos tem obrigação de lutar, denunciar e reivindicar. Parabéns a todos aqueles e aquelas que não mediram esforços para lutar em defesa da educação no dia de ontem e que com certeza continuarão aguerridos até derrubar esse projeto nefasto desse governo atrapalhado e seu ministro da educação.
Professora Rita Diniz
APEOESP – SUBSEDE SALTO
Coordenação da Subsede Salto Regional Itu e Porto Feliz