Casal pede indenização por possível erro médico em paciente com câncer

O casal Fátima Torriso da Silva e Maurício Pereira da Silva Filho entrou com um processo judicial contra o Neo Onco Especialidades e a Unimed Salto Itu, ambas de Itu, acusando as empresas de serem solidárias a um erro médico praticado em Fátima.

Ela descobriu em junho de 2017 que tinha um câncer no reto, e passou a fazer sessões de quimioterapia em Jaú. Como seu esposo, Mauricio, tinha, através de seu trabalho, convênio de saúde, ela foi orientada a fazer tratamento em uma clínica particular a que tinha direito, na esperança de que os remédios seriam mais eficazes contra a doença.

Procurou a Neo Onco em novembro de 2018. Segundo consta em autos, já de início foi feita uma abordagem ríspida, em que lhe foi informado que o seu caso era “sem esperanças”. Segundo o advogado do casal, Sósthenes Menezes, isto agravou o estado emocional da paciente.

Era apenas o início de uma série de situações pelo qual Fátima passaria, segundo o processo: o médico que aplicou o cateter não o fez corretamente, o que, em sua primeira sessão de quimioterapia na clínica, onde recebeu o medicamento, começou a ter uma queimação intensa no local e ao pedir para se levantar, percebeu que o líquido vazava pelo buraco feito em sua pele e no chão da clínica.

O marido da paciente, que a acompanhava, pediu uma providência imediata, e a enfermeira disse que o problema seria o cateter mal instalado. Mesmo assim, continuo o procedimento e em seguida mandou Fátima para casa, que chorava de dor, alegando uma queimação muito intensa na área do cateter e abaixo, nas pernas.

Segundo consta no processo, posteriormente o médico que instalou o cateter considerou que houve um erro e deu extravasamento, e a enviou para o Hospital São Camilo, quando finalmente o cateter foi instalado de forma correta, com bastante nervosismo por parte do médico responsável. Como o líquido de quimioterapia havia vazado no interior de seu corpo, ela sentiu muitas dores e foi diversas vezes ao Pronto Atendimento da Unimed.

Até que resolveu procurar outra clínica, onde foi atendida por toda uma equipe médica e foi chamada, para o procedimento de curativos no local machucado, uma enfermeira especialista em extravasamento. Com tudo isso, “as chances de sucesso no tratamento da autora ficou absolutamente comprometido pela sucessão de erros médicos relatados”.

 

Resposta

Procuramos a Unimed Salto Itu, que através de sua assessoria de imprensa, nos enviou a seguinte nota: “O fato é objeto de ação judicial, sendo que se encontra em segredo de justiça, por envolver fatos e sigilo profissional. Esclarecemos, ainda, que os profissionais envolvidos não podem ter a sua imagem afetada antes de efetivo julgamento pelo Tribunal de Justiça, sendo que a divulgação incorre em ofensa à imagem, à privacidade e à dignidade das pessoas envolvidas.”

O processo não está em segredo de justiça no momento da publicação desta matéria.

A Neo Onco enviou uma nota em que afirma que os procedimentos foram corretos e os medicamentos são de reconhecida qualidade. Vale destacar que a reportagem não questionou a respeito da qualidade dos medicamentos. Depois, enviou uma outra nota, exatamente igual à enviada pela Unimed, reproduzida acima.

No e-mail, a assessoria destaca que a nota foi redigida pela jurídico da clínica.

 

NOTA DA REDAÇÃO: Reiteramos aqui o nosso compromisso ético em informar fatos e nosso objetivo nunca é constranger pessoas, por isso não divulgamos o nome dos envolvidos, mesmo o caso não estando em sigilo.

(Foto: imagem ilustrativa/Agência Brasil)

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