Casos de estupros em Itu aumentam 90%; maioria das vítimas são vulneráveis

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, os números de estupro em Itu aumentaram: no primeiro semestre de 2022, foram 19, sendo que deste número 13 foram violência contra vulneráveis.

No mesmo período deste ano, os números pularam para 36 casos de estupro. E a maioria continua sendo os que menos podem se defender: 24 vulneráveis. É considerado vulnerável pessoa menor de 14 anos ou alguém com deficiência ou enfermidade que não consiga se defender ou ter discernimento do ato.

A responsável pela Delegacia da Mulher de Itu, Ana Maria Gonçales Sola, diz que os casos aumentaram após a pandemia. “De uma maneira geral, aumentou durante e após a pandemia. Nesta quarta-feira, registrei quatro ou cinco casos”, conta ela, se referindo ao dia 27 de setembro.

Ela explica que alertar sobre os casos é importante. “Uma novela da Globo, O Outro Lado do Paraíso, mostrava uma moça denunciando o padrasto, depois de adulta. Muita gente, que sofreu a mesma coisa na infância, veio denunciar”, diz.

E faz um alerta para as mães manterem diálogo com seus filhos e filhas. “Em 90% dos casos, são pessoas do próprio círculo familiar, então é preciso prestar atenção em qualquer mudança de comportamento da criança ou adolescente, conversar com ela, orientar, dar espaço para ela contar”, diz.

Criança x criança

Casos envolvendo crianças que assediam outras crianças são raros, segundo a delegada, mas acontecem. Um desses casos aconteceu no domingo (24), em Itu.

Em depoimento ao qual o Jornal de Itu teve acesso, uma mãe relata que seu filho autista, de 7 anos, estava brincando no pátio de seu condomínio, e que desapareceu. Ela foi ver e ele estava na casa de um coleguinha e aparentava estar muito nervoso.

Ao conversar com ele, a criança acabou confessando que o coleguinha pega em suas partes íntimas e também pede pra ele ficar de costas, “para colocar o pipi em seu bumbum”, e que isso já aconteceu outras duas vezes e teve como vítima outra criança, de 6 anos. A criança diz que o coleguinha, de apenas 10 anos, diz que se ele não aceitar, vai matá-lo com a arma de seu pai.

Outras mães também registraram um Boletim de Ocorrência, dizendo que outras crianças também estariam sendo vítimas de molestação, mas sem citarem detalhes. Elas ainda relatam que o pai do menino teria ameaçado os pais das crianças que seriam vítimas de seu filho.

O Conselho Tutelar foi questionado sobre as ações que está tomando a respeito do assunto, mas não se pronunciou.

A delegada explica que, por envolver crianças, criminalmente, não há o que fazer. “O Conselho Tutelar vai agir neste casos e os envolvidos serão encaminhados para psicóloga, onde será possível entender melhor a origem destas ações.”

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