CRÍTICA: AINDA ESTOU AQUI

Fantástica produção brasileira dirigida por Walter Salles, estrelada por Fernanda Torres, Selton Mello, Fernanda Montenegro e um grande elenco.

Todo o ambiente da década de 70, no Rio de Janeiro em plena Ditadura Militar, é retratado com referências semânticas claras (vou evidenciar alguns símbolos), dinamizando todo o conto. A película apresenta ares documentais por abordar justamente esse contexto. Longa de distopia política que cria a atmosfera dramática a partir de uma única família; refletir sobre o impacto geral da ditadura é assustador.

A narrativa é simples, apresenta referências investigativas, tanto pela protagonista Eunice Paiva (Fernanda Montenegro) quanto pela polícia militar. A direção de arte e fotografia segue uma escalada que vai do ensolarado Rio de Janeiro em tons retrô ao sombrio nos momentos mais tensos. Ao chegar ao nosso tempo, o agora, a imagem se torna clara e digital, ou seja, a estética visual percorre o tempo em sua máxima técnica. A produção dos cenários e figurinos revela um estudo profundo para melhor ambientar esse período.

A história acompanha Eunice Paiva, uma mulher cuja vida muda drasticamente após o desaparecimento de seu marido, um político capturado pela ditadura militar. Longe de sua rotina de dona de casa, ela se transforma em uma ativista dos direitos humanos, enfrentando a repressão enquanto busca respostas.

A curiosidade fica por conta que a película foi lançada no Festival de Cinema de Veneza, onde recebeu o prêmio de Melhor Roteiro, foi escolhido pela Academia Brasileira de Cinema como representante do Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar de 2025 e para dar vida ao ex-deputado federal Rubens Paiva, Selton Mello enfrentou uma transformação tanto emocional quanto física. Ele teve que ganhar 20 quilos para se aproximar ao máximo da aparência do personagem.

Receber uma película desse calibre aqui em Itu, no Cine Araújo Plaza Shopping, é um privilégio para a população local. O filme retrata a importância de saber viver, mostra como a afetividade e o amor familiar podem ser interrompidos de forma brutal e desumana. Longa que também aborda temas como a luta por direitos, o luto e, de certa forma, apesar do peso dos acontecimentos, a necessidade de seguir em frente.

Ainda estou Aqui tem nota altíssima no IMDb atingindo 8,9 de 10, está com 92% de aproveitamento no Rotten Tomatoes e no site Letterboxd a nota é de 4,4 de 5, ou seja, filme atual, popular, cheio de referências e está em alta para os amantes da 7ª Arte.

Abração!
Dorival Sanches – Blog: https://dorivalcardealblog.wordpress.com/

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