Cruzeiro Franciscano está passando por minuciosa limpeza
O local foi cercado para garantir a segurança dos trabalhadores e também dos munícipes que por ali circulam
A beleza das cores das rochas que compõe o Cruzeiro Franciscano, localizado no Centro Histórico de Itu, já começa a despontar com a atuação dos restauradores que estão no local. O varvito e o granito estão passando por uma limpeza, que já mostra o quanto este monumento é rico em sua história e magnitude.
Outra limpeza será realizada para remover as sujidades absorvidas por camadas mais profundas. Ainda que Itu não tenha uma atmosfera particularmente poluída, há uma enorme quantidade de sujidades e poluentes ambientais aderidos e impregnados na rocha, que além de darem um mau aspecto ao Cruzeiro, o atacam quimicamente provocando sua deterioração.
Esse trabalho é realizado paulatinamente, avaliando-se os resultados e, intercalados com outras ações que garantam que a própria limpeza não danifique o monumento, construído em arenito e varvito, rochas bastante frágeis diante de exposição à intempérie, a produtos químicos e a agressões físicas, por isso a remoção é lenta e com métodos controlados.
O local foi cercado para garantir a segurança dos trabalhadores e também dos munícipes que por ali circulam. Para que todos possam acompanhar o restauro, os tapumes colocados ao redor têm trechos vazados para que seja possível a observação do que está sendo realizado.
Os técnicos envolvidos no restauro estão acompanhando todas as etapas de perto, assim como a secretária municipal de Cultura e do Patrimônio Histórico Maitê Velho. “Este restauro está trazendo um novo olhar para cidade, está trazendo à tona não somente a história ituana, mas também desvendando com os estudos realizados para sua execução parte importante do que ocorreu até mesmo no Brasil, além de ratificar o talento e expertise de Mestre Tebas e sua presença fora dos limites da capital paulista”, destaca Maitê.
Julio Moraes, responsável por esta etapa do restauro, também destaca o valoroso trabalho de Tebas. “Já trabalhamos em outros locais com a presença dele, como a Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo, mas ainda não tínhamos trabalhado diretamente com obras dele. Esta é a primeira, que consideramos um privilégio e uma honra, já que infelizmente a maior parte da sua obra se perdeu, e pela importância dele no quadro da história da arte e arquitetura paulistas. Creio que uma especial importância deste cruzeiro, além de ser o único que sobreviveu no estado de São Paulo, está na sua própria qualidade artística, pois é indubitavelmente belo, e para sua historicidade, já que testemunha uma era de importância fundamental na história do país”, comentou Julio Moraes.