Devo falar para meu filho que Papai Noel (não) existe?
Devo dizer a meu filho que Papai Noel não existe? A verdade é que não há, até o momento, uma resposta certa para essa pergunta. O que você dirá a ele, portanto, dependerá de seus valores – do que você acredita ser certo ou errado.
Há pais que contam aos filhos, desde cedo, que o “bom velhinho” não existe, por acreditarem que sua imagem esteja atrelada ao consumismo desnecessário. Outros acreditam que não dizer a verdade significa mentir para eles e, consequentemente, ensiná-los a mentir.
Independente de qual seja sua escolha, poderá haver consequências – agradáveis ou não. Se você decidir contar a verdade, por exemplo, possivelmente seu filho não participará das diversas atividades relacionadas ao tema com a mesma satisfação que outras crianças. E, talvez, seja ele quem frustrará o coleguinha, contando-lhe que Papai Noel é só uma lenda. Por outro lado, se você mantiver essa crença, cedo ou tarde seu filho descobrirá a verdade e poderá (ou não) se frustrar.
Muitas crianças descobrem sozinhas – ou porque alguém contou ou porque elas mesmas “ligaram os pontos” e a história deixou de fazer sentido. No entanto, a crença no Papai Noel não precisa ser totalmente apagada – ela pode continuar existindo para seu filho, em sua imaginação. Além do mais, ela pode ser utilizada para ensinar valores como caridade e generosidade.
Não podemos negar que, de certa maneira, a figura do Papai Noel está atrelada ao consumismo dessa época de fim de ano. Mas, não precisa ser assim! Afinal, sua origem está em São Nicolau de Mira, um bispo cristão que, em torno do século III d.C., ajudava pessoas mais pobres.
Portanto, independente de você afirmar que Papai Noel existe, ou não, que tal falar sobre seu significado? Por que não relacionar sua figura à importância da caridade e para servir como exemplo de bondade e amor ao próximo? Se você não quer que seu filho acredite que existe um barbudo que leva presentes às crianças “que se comportaram bem”, por que, então, não dizer que existiu um barbudo que ajudava pessoas carentes? Que tal ensiná-lo que nem todas as crianças têm os mesmos privilégios que os dele e que ele pode, talvez, doar um brinquedo seu para outra criança? A ideia de consumismo pode, portanto, ser substituída pela ideia de caridade e generosidade.
Dizer ou não a verdade é decisão dos pais e cada um tem suas próprias opiniões e motivos – os quais devem ser respeitados. Porém, podemos utilizar a figura de Papai Noel, seja ela real ou não, para ensinar às crianças valores positivos. Tudo dependerá da sua criatividade e da maneira como você decidir conduzir o tema.
Um feliz Natal a todos vocês!
Dinorá de Paiva Anastacio
Psicóloga da infância e adolescência
CRP: 06/88549
@dinorapsicologa
A verdade sempre é a melhor escolha. Não há frustaçao conhecendo a verdade.