Dia dos Namorados: histórias reais e inspiradoras
Neste Dia dos Namorados, contamos três histórias inspiradoras de amores reais, construídos com força, sentimento, afinidade, paciência, amizade e sintonia.
Murillo e Mayra
“É hora de entregar mais o coração, e então nossa audição perceberá a flor, que cresce onde conhece amor, que cresce onde conhece amor…”
A letra é uma das composições de Murillo Augustus, músico que conseguiu um feito invejável: ser um músico com a agenda cheia com trabalhos autorais. E sem banda.
Ao seu lado, Mayra é dessas mulheres fortes, objetivas, que quando o marido falou de deixar um trabalho fixo para cair na estrada, deu a maior força. “Eu via que ele estava infeliz, e na época eu tinha três empregos”, conta ela. Valeu a pena. “Na época, eu ganhava mais do que ele, hoje ele ganha bem mais…”
A força de Mayra se deu também no momento mais delicado: sua gravidez de Martin. Murillo ficava com a mãe, na época doente, e em seguida ia tocar. “Foi uma época difícil, ele sente muito não ter acompanhado a minha gravidez”.
No começo do namoro, ele recorda que também foi difícil, pois eles pouco se viam. “Eu trabalhava, fazia faculdade e aos finais de semana de dia fazia o Projeto Escola da Família e a noite tocava”.
Quando a faculdade terminou, com tempo livre, eles se viam com mais frequência e o relacionamento se fortaleceu. Ele propôs comprar uma casa e foram morar juntos. Se casaram seis meses depois.
Mas essa história havia começado anos antes: eles se conheciam de vista do bairro Vila Roma, tinham amigos em comum, e se encontravam na mesma turma no centro de Itu. Um dos pontos principais era o Willu´s, um antigo barzinho que ficava na esquina da Rua Barão do Itaim com a Praça da Independência.
Lá, ao terminarem seus respectivos relacionamentos, acabaram por perceber que havia algo além da amizade. “Depois de um tempo saindo juntos, eu percebi que tinha uma vibe muito boa entre a gente: tinha química, sintonia, afinidade…”, recorda Murillo. O pedido oficial veio justamente em um dia 12 de junho, há 12 anos.
“Eu evolui muito com a Mayra. Ela foi a maior conquista da minha vida e aceitou a minha vida louca”, conclui Murillo.
Laís e Giovanni
Eles se encontravam sempre em eventos culturais e sociais. Mas durante muito tempo Giovanni foi apenas o amigo do pai da Laís. Em 2017, eles saíram sozinhos pela primeira vez: ele propôs um café, ela preferiu cerveja.
O objetivo do encontro era ela dar dicas de encenação, já que ela é professora de teatro, para ele se destacar na defesa que apresentaria, já que ele é advogado. Ele jura até hoje que não foi um pretexto, e ela confessa que se havia alguém “bem” intencionado, era ela.
Os interesses intelectuais e culturais se sobrepuseram à diferença de 19 anos. “Alma não tem idade”, filosofa Giovanni. Mas ter algo sério estava fora de cogitação para os dois: ele tinha terminado um relacionamento estável de mais de 13 anos, ela um namoro de mais de três. “Acho que o mais bacana foi que nós estávamos em uma fase em que não precisávamos de ninguém, éramos felizes sozinhos e independentes”, diz Lais.
Ele lembra que o relacionamento engrenou mesmo quando ela foi viajar com as amigas para São Thomé das Letras e esqueceu a carteira no carro dele. Lá, foi assaltada e ele teve que ir até Minas Gerais levar a documentação. De lá, voltaram e nunca mais se separaram. Se o santo ajudou, só Deus sabe…
Ela destaca que a liberdade e independência é o que mantém o relacionamento sadio. “Eu tenho meus compromissos, ele tem os dele. Quando saio tomar cerveja com as amigas, elas perguntam se vou avisar o Gio. Eu não aviso nem os meus pais! E ele a mesma coisa. As vezes nos encontramos em eventos que nós dois gostamos, que nós estaríamos mesmo se estivéssemos solteiros. A gente vira a madrugada conversando sobre política, filosofia… ele é um grande amigo e parceiro.”
Os dois destacam ainda que não há brigas. Como assim, gente??? “Eu tenho preguiça de discutir. A gente conversa”, diz Laís, que complementa ainda que adora ouvir as histórias de vida do namorado mais experiente. E entre tantas vivências, ele foi presenteado com esse roteiro romântico, escrito à quatro mãos. “Nosso relacionamento é muito sereno. Ela é encantadora!”
Daiana e Priscila
Relembrando do pedido surpresa de casamento feito há dois anos, Daiana se emociona e chora. Priscila alugou um espaço e chamou amigos e família. No meio de uma performance, veio o pedido: “Quer casar comigo?”
Elas tinham se conhecido anos antes, quando Priscilla dava aulas de tecido acrobáticos e Daiana era sua aluna. Mas o grande reencontro veio algum tempo depois, quando amigos chamaram Priscilla para uma festa. “Eu só trabalhava, estudava, e eles falavam que eu tinha que sair, me divertir. Mas eu achava que nessas festas só tinha drogas, eu nem queria ir”, recorda ela.
Desconfiada do que teria no evento, ela quis ver o folheto que anunciava a festa. Lá, reconheceu sua ex-aluna que seria a Dj a animar a noite. “Ela estava tão linda! Eu procurei ela no Facebook e começamos a conversar. Então, eu fui na festa e a vi tocar: fiquei encantada. O modo como ela interagia com o público, a luz que ela emana por amar tanto o trabalho dela. Acho que é a mesma coisa que eu tenho com a Educação Física!”
Após alguns meses saindo juntas, o relacionamento se afirmou e foi também para o campo profissional: hoje as duas são sócias de uma academia.
Priscila ainda dá aulas em Cabreúva e Daiana toca quase todo final de semana. “Ela é uma pessoa muito séria, responsável, companheira para todas as horas”, conta Daiana.
Priscila confessa que as dificuldades a fizeram mais forte. “Eu ouvia falar que o mundo seria cruel comigo devido a minha opção sexual, por isso eu estudei e me esforcei muito para ser a melhor no que eu fizesse”, diz.
Sócias e companheiras, em breve irão se casar. “A Dai é uma pessoa muito bacana, todo mundo adora ela”, conclui Priscila.
- Texto publicado originalmente em 2019.
(Texto: Rosana Bueno/Jornal de Itu – Fotos: Arquivo Pessoal/ DiversidadeSP/ Everson Ferreira/Divulgação)