Feriado de 9 de julho: Itu e a Revolução de 1932
Na próxima quarta-feira, 9 de julho, será feriado em todo o estado de São Paulo. A folga foi instituída em 1997, quando o então governador Mário Covas incluiu oficialmente a data no calendário estadual como forma de homenagear a Revolução Constitucionalista de 1932.
A criação do feriado pretende preservar a memória desse importante capítulo da história paulista — e Itu teve papel de destaque no movimento. Cerca de 300 jovens da cidade se alistaram e formaram o 3º Batalhão de Caçadores Voluntários Paulistas, que lutou na Revolução.
Embora os paulistas tenham sido derrotados militarmente, a mobilização não foi em vão. Dois anos depois, em 1934, foi promulgada uma nova Constituição brasileira, atendendo à principal reivindicação do movimento.
“O país vivia sob um governo ditatorial, liderado por Getúlio Vargas, e os paulistas se insurgiram contra essa situação, exigindo a legalidade e uma nova constituição”, explica o professor de história Luiz Roberto de Francisco. “A revolução começou no dia 9 de julho de 1932 e durou três meses, envolvendo pessoas de todas as classes sociais. Em outubro houve um acordo de paz, e, em julho de 1934, uma nova Carta Magna foi promulgada.”
“Caçadores voluntários”
O quartel de Itu foi tomado na época e na antiga sede da escola Cesário Motta (em frente ao Museu de Energia) ficou centralizado um grupo de “Batalhão de caçadores voluntários – III BCV”: voluntários que treinaram e foram também para a frente de batalha.
Duas ruas da cidade homenageiam combatentes de 32: a Rua M.M.D.C, uma ruazinha simpática e sem saída cruzamento com a Rua Capitão Fleming, as duas na região central de Itu.
“Silvio Fleming foi um capitão morto durante a Revolução. Os restos mortais dele ficaram muitos anos em um monumento em frente ao cemitério municipal, aonde nesta data sempre se rendiam homenagens a ele. Infelizmente, esta data perdeu a força de sua memória, hoje pouco se lembra deste movimento político. E justamente hoje em dia que precisamos pensar muito no papel político, seria importante lembrar que em 32 o estado de São Paulo precisou pegar em armas para o país voltar a um estado de legalidade”, lamenta o professor.
MMDC é a sigla para os nomes dos manifestantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, mortos por tropas federais de Getúlio Vargas, em uma manifestação ocorrida na noite de 23 de maio de 1932, evento que antecedeu e foi uma das razões para o grande conflito daquele ano.
