Importados dobraram de preço, dizem comerciantes de Itu
“Tem produtos que eu nem trago mais”, desabafa um vendedor da área central de Itu (SP). “Tudo subiu, é impressionante, então, optamos por alguns produtos novos, diferentes, usamos da criatividade, porque aquele mercado que tínhamos antes, não existe mais”, completa, em conversa com o Jornal de Itu. Os itens importados que conquistaram os brasileiros nas famosas “lojas de R$ 1,99” encareceram e afugentam os clientes.
Em outubro, o preço dos bens importados subiu 23,5% em relação a outubro do ano passado, enquanto o volume cresceu 19,6%. Segundo o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, isso ocorre por fatores sazonais, já que, em outubro, intensificam-se as encomendas para o fim do ano.
Outro comerciante da região central conta que o ticket médio de venda na loja continua em cerca de R$ 30 a R$ 50, mas que a quantidade de produtos que os clientes levam, caiu. “O que antes as pessoas saíam com sacolas cheias, hoje virou uma sacola menor. Os clientes gastam o mesmo de antes e levam menos coisas, ou até gastam menos”, diz. O nível de vendas também não anima o vendedor, que preferiu não se identificar. “Não sei quando vamos voltar ao patamar de 2019, porque está difícil até de igualar o do ano passado”, diz.
A alternativa, segundo um terceiro comerciante ouvido pela reportagem, é a mescla de novos produtos. “As pessoas gostam de novidades e alguns itens que a gente nunca encomendava, resolveu trazer e tem saído. As promoções e outros tipos de serviço como troca de película ou capinhas são boas opções para diversificar e conseguir fechar as contas”, diz. Outra esperança é uma velha mania brasileira. “Tem muitos produtos nas prateleiras ainda, mas sabemos que muita gente deixa para comprar tudo nas últimas semanas, de última hora.”
fotos: Jornal de Itu