Itu está entre as cidades que podem receber lixo radioativo

Quase 1,2 toneladas de rejeitos radioativos podem parar em Itu (SP) em uma novela que se arrasta há alguns anos. O material está galpões de São Paulo, em uma área residencial e precisa ser levado para um lugar adequado, uma das opções é o berço da República.

Em reportagem, o jornal Estadão informou que a empresa responsável pelo manejo do material, a Federal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), informou que prefere levar o rejeito para a cidade mineira de Caldas. A outra opção é Itu, onde uma base também é mantida.

Ao jornal, a Prefeitura de Itu disse que o terreno em que ficam as instalações da INB “foi declarado área de proteção ambiental (APA), o que torna a possibilidade da vinda desse material para a cidade ainda mais absurda. O poder público municipal declara que se mobilizará de maneira rígida para impedir qualquer ação neste sentido.”

Na base de Itu fica uma Unidade de Estocagem de Botuxim (UEB). Em uma área de 300 mil metros quadrados colocadas  mais de três toneladas de rejeitos da usina Santo Amaro, trazidos para a cidade nos anos de 1975 e 1981.

Minas também não quer

A Prefeitura de Caldas Novas também rejeita receber o material. Ao Estadão, o prefeito do município informou que “a INB nunca pagou nenhum royalty pelo que faz no município, isso sem contar que temos um alto índice de câncer na região. A gente sabe que são péssimas conforme as condições de armazenamento aqui. Então, não vou aceitar isso de forma passiva.”

Atualmente, a unidade da INB em Caldas armazena 12.534 toneladas de Torta II, praticamente 11 vezes o volume guardado em São Paulo. A cidade mineira queria a retirada do material de seu território, e não o aumento do lixo armazenado ali.

O que é o material que está no centro do impasse?

Cerca da metade dos rejeitos são do material “Torta II”. A restante inclui resíduos e materiais diversos associados a esse produto. A Torta II é um rejeito extraído no tratamento químico da monazita, um fosfato que combina metais pesados ​​de terras raras, urânio e tório. Esse material pertencia à antiga empresa Nuclemon.

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