Ministério Público arquiva denúncia de mau atendimento no UPA

O promotor de justiça substituto, André Pereira da Silva Brunoro, arquivou uma denúncia de mau atendimento e negligência médica no UPA do bairro Aparecida.

A professora Silmara Freire denunciou ao MP que ficou no local durante cerca de 24 horas, e que neste período foi impedida de ir ao banheiro, reclamou de muita dor no acesso que usava e foi negligenciada, sendo que após precisou passar por um procedimento cirúrgico para retirar o tecido necrosado do braço, mas optou por não fazer um enxerto.

Ela ainda narra que pediu um copo de água e apenas conseguiu às 11h da noite, mesmo estando no local desde a manhã.

“São inúmeras as reclamações contra os atendimentos no UPA de Itu, serviço terceirizado pela Associação Beneficente Caminhos de Damasco, mas ninguém investiga e tudo permanece da mesma forma”, destaca em sua denúncia.

A professora conta ainda que, após sua denúncia, ela foi chamada para fazer uma oitiva, ou seja, dar seu testemunho. “Fiz uma reunião com a advogada da OSC Caminho de Damasco, ela só tentou amenizar a situação. Fui até a Secretaria de Saúde, conversei com uma funcionária, e tive esperança de que fossem realmente fazer algo”, lamenta.

O promotor, na justificada do arquivamento, diz que “verifica-se a reclamação apresentada pela noticiante foi devidamente apurada pela entidade que gerencia a UPA, inclusive com a oitiva da noticiante. Ademais, foram esclarecidas as reclamações da noticiante, principalmente, o motivo pelo qual não foi fornecida a água, visto que estava de jejum, além de estar usando fralda para controle da diurese. Por sua vez, quanto ao acesso para aplicação da medicação, constatou que a equipe adotou todos os procedimentos necessários, ainda que tenha causado um hematoma em um dos acessos.”

O promotor ainda destaca que a coordenadora de enfermagem foi demitida, e por isso não há nada mais a ser feito ou apurado.

“O MP só levou em consideração as mentiras que contaram: eu não estava de jejum, eu não estava de fralda, a sonda foi colocada apenas depois de eu reclamar muito, e o que houve no meu braço não foi apenas um hematoma. Eu vou entrar com processo cível contra eles, pois ainda acredito que a justiça precisa ser feita. Ainda não consigo esticar o braço por completo e vou precisar de sessões de fisioterapia, cada vez que olho essa cicatriz ainda me dói muito”, diz Silmara.

“Agora estou passando pelo Hospital Municipal, e sendo muito acolhida pelos profissionais de lá, gostaria de agradecer a esses profissionais”, finaliza.

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