Monitoras de escolas municipais reclamam das condições de trabalho
Profissionais alegam baixo salário e sobrecarga, com muitas crianças em sala de aula
Monitoras de escolas municipais de Itu entraram em contato com a redação do Jornal de Itu para relatar alguns problemas que vem enfrentando. Segundo elas, o pagamento dos salários tem atrasado frequentemente e as salas de aula contam apenas com duas monitoras para cuidar de mais de vinte crianças de 0 a 1 ano de idade.
“No edital diz que nosso salário deveria ser pago todo dia 30, porém não é isso que acontece. Sempre recebemos o pagamento no quinto dia útil e quando sai dizem que antecipou”, contam, sem quererem se identificar com receio de represálias.
Quanto as salas de aula, as monitoras relataram que nas salas de 0 a 1 ano era para serem três profissionais, mas na maioria das vezes apenas duas tem que dar conta de mais de 20 crianças. “Agora, por exemplo, muitas delas estão de férias o que sobrecarrega o nosso trabalho. Além disso, os espaços físicos são muito pequenos e apertado o que não compete com o momento que estamos vivendo onde deve haver distanciamento entre os alunos”, disse.
As monitoras também disseram à redação que o salário é baixo quando comparado com cidades vizinhas. De acordo com elas, em Itu a carga horária é de 8 horas por dia com salário de R$1.100,00 (mínimo). Já nas cidades da região, a mesma função trabalha 6 horas por dia e ganha entre R$ 1.800,00 e R$ 1.900,00. “Nossa responsabilidade é muito grande e cuidamos da melhor forma possível. Nós também queremos que a prefeitura nos disponibilize um curso de qualificação para cuidarmos melhor das crianças, principalmente das especiais”, reivindica. “Queremos ser reconhecidas pelo nosso trabalho e também não precisar trabalhar em outro lugar pra complementar nossa renda”, completa.
A falta de comunicação também é um problema frequente, e as monitoras dizem que a Secretaria de Educação não passa as informações e que ficam sabendo coisas importantes por outras pessoas. “Tá faltando um pouco de boa vontade do poder público em manter as profissionais atualizadas e a par de tudo que acontece quando nos envolve”, disse. “Outra coisa é o rateio do Fundeb que até agora ninguém falou nada”.
E se não bastasse todos os problemas, ainda elas enfrentam a falta de água nas unidades escolares. “Até para beber temos que levar de casa, pois os caminhões demorar pra ir abastecer as escolas”, finaliza.
Sindicato
A redação do Jornal de Itu entrou em contato com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal (SISMI), José Flamínio Leme. Ele nos contou que a SISMI tem como pauta a retomada do pagamento para o último dia útil do mês e que o pagamento dos salários dos servidores e empregados públicos municipais realmente tem sido pago no 5º dia útil do mês subsequente e que já tiveram os mesmos pagos no último dia útil do mês por força de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), porém, segundo Leme os gestores, para composição do total da folha de pagamento, justificam que com o repasse do Fundo de Participação dos Munícipios (FPM) que ocorre todas as terças -feiras, com 5 semanas há maior fluxo financeiro para a composição do valor total da folha de pagamento. Ele disse que quando eram pagos no último dia útil do mês, eram considerados apenas 4 repasses e atualmente são 5 repasses.
Leme também concorda que há falta de funcionários devido aos baixos salários pagos aos trabalhadores de apoio da Seduc. “Há uma rotatividade constante de funcionários, o que gera a falta dos mesmos até que o processo de reposição daqueles que se exoneram ocorra. Nos últimos 2 anos (2020 e 2021), com a vigência da LC 173/20, os gestores não puderam ´promover concursos públicos. Agora, a partir de janeiro de 2022, já é possível promover novos concursos públicos para contratação de pessoal, temos um em curso inclusive”, conta.
Outros pontos
Quanto a carga horária, Leme disse que tiveram uma experiência por alguns meses da redução da jornada de servidores da Seduc de 40 para 30 horas semanais, e funcionou. “Porém, não se estabeleceu em lei municipal a redução, o que fez com que fosse retomada a jornada de 40 horas semanais conforme edital do concurso público destes trabalhadores”, explica.
De acordo com ele, os gestores justificam a necessidade de contratação de pessoal para atender essa reivindicação dos trabalhadores, e o sindicato insiste que é possível retomar a redução da carga horária para 30 horas, desde que, uma lei seja aprovada e efetivamente garanta-se pessoal em número suficiente para não sobrecarregar as equipes onde se pratique a redução.
Sobre o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), Leme disse que a SISMI tem orientado os servidores da Seduc que tenham dúvidas com a gestão dos recursos do Fundeb que promovam processos administrativos individuais e apontem suas dúvidas e questionamentos, aos gestores do fundo e ao conselho do Fundeb. “Assim podemos responder e justificar por que não ocorre distribuição de valores aos trabalhadores no final do ano e o investimento em capacitação para trabalhar com os especiais”, enfatiza.
E por fim, a falta de água é um problema que ocorre nas unidades escolares devido à crise hídrica, e segundo o presidente da SISMI a Seduc tem equipes de abastecimento específico de água para as escolas. “Os gestores da Seduc têm se posicionado favoráveis a medidas sanitárias recomendadas quando cobrados pelo sindicato, portanto, insistiremos na melhoria da higienização dos locais e condições mínimas de trabalho em tempos de pandemia”, finaliza.
(Foto: Prefeitura de Itu/Arquivo)
Fui monitora durante anos, vivi e sobrevivi vendo o qto é difícil cuidar dos pequenos sem a assistência necessária. As monitoras e auxiliares são a base para as creches. Sem elas nada acontece. O reconhecimento precisa acontecer.
Também sobrevivi a tudo isso!!! E desisti de inisistir… Infelizmente vemos a resposta do sindicato, e não da gestão atual. O sindicato tem que lutar por nossos direitos, mas a visão de funcionários insatisfeitos tem que vir da gestão, e isso não ocorre… Acham que promovendo concurso resolvem tudo, porém a rotatividade vai continuar… Ninguém aguenta ficar numa função de responsabilidade, pois qualquer acontecimento com as crianças recai sobre o cuidador, sem todos os respaldos pelos quais a categoria luta: salário digno, redução de horas, condições de trabalho!
Responderam td, mas só não falaram se vão tomar alguma providência. Vão reduzir hrs? Vão melhorar o salário como nas cidades vizinhas? Alguém pode responder?
Gazzola prometeu mais de 90 itens e cumpriu 4.
Entre eles mencionava que iria valorizar o funcionário público e criar plano de carreira.
Mas uma mentira deste asqueroso político. Toda cidade tem esse problema com comissionados , porém Itu é sem Igual.
Nós os funcionários públicos estamos abandonados e desvalorizados em todos os aspectos, basta ver a medonha cesta de natal que o prefeito tem a desfaçatez de presentear os funcionários.
Enquanto isso, os comissionados, alguns deles em menos de 5 anos viram seus salários multiplicarem por 2 ou 3 x.
O Sindicato da Prefeitura de Salto, luta por seus funcionários, aqui em Itu, qual o resultado desta luta?
Pagar um salário que beira a falta de dignidade para pessoas sobrecarregadas com crianças pequenas é no mínimo e degradante e isso reflete quer queira ou não na qualidade do serviço prestado.
Gazzola o pior prefeito que ja foi visto na história desta medíocre e bairrista cidade chamada Itu.
Eis um sindisto que nao luta pela classe foi tirar o 14° salario da classe de funcionarios publicos por uma sugestao da mp e ate o momento no foi retornado para pagamento agora chega aos ouvidos dos funcionarios que o prefeito atual quer retirar o triênio as 6 abonadas alem do 14° em definitivo o quinquenio e sexta parte tudo que esta no estatuto. E tambem estao junto ao sindicato atualizando o estatuto com alteracoes estas nao passadas para os profissionais publicos que so ficam sabendo quando ja esta vigorado com as alteracoes. Somos uma clase abandonada em itu sem apoio de sindicato sem poder de luta por melhorias. Ate quando isto vai prevalecer. A classe trabalhadora esta se unindo pois nao aguenta mais tantas diferencas salariais entre outras coisas mais.
Esse Sindicato é muito fraco, não tem luta alguma concreta.
Gazzola ordena, o sindicato acata. É uma piada ituana!
Itu Sem Igual, disparado o pior salário do servidor publico da região.
Uma verdadeira vergonha, e tudo isso impacta diretamente na qualidade do serviço prestado.
Ou quem consegue o melhor desempenho profissional, com um salário miseravel destes?
Existe uma assimetria no tratamento dado aos funcionarios publicos por parte deste patético GG:
Comissionados, com fundamental completo 11.000 ( Adauto Goncales)
Profissional da Saúde com Nivel Superior e Pós Graduação 2 mil reais.
Para seus amigos tudo, para os outros somente o rigor da Lei.
Mais de 4 mil funcionarios publicos, Ovelhas Pacificas dominadas por Hyenas.
Também sobrevivi a tudo isso!!! E desisti de inisistir… Infelizmente vemos a resposta do sindicato, e não da gestão atual. O sindicato tem que lutar por nossos direitos, mas a visão de funcionários insatisfeitos tem que vir da gestão, e isso não ocorre… Acham que promovendo concurso resolvem tudo, porém a rotatividade vai continuar… Ninguém aguenta ficar numa função de responsabilidade, pois qualquer acontecimento com as crianças recai sobre o cuidador, sem todos os respaldos pelos quais a categoria luta: salário digno, redução de horas, capacitação e condições de trabalho!
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Se o pior salário do funcionalismo da região é o de Itu, podemos entender que o Sindicato contribuiu no minimo indiretamente para esta situação caótica salarial, pois nestas negociações aceitou sempre os “termos” impostos pelos prefeitos anteriores e também do atual GG.
Se alguns poucos alienados se contentam em receber salarios miseraveis em troca de utilizar quiosques e um campo de futebol, sejam felizes.
Agora acredito que mais de 3500 funcionarios abririam mão dessas ofertas de lazer em contrapartida de um salário decente e uma peleja forte contra a Prefeitura.
Extraido do site do Sismi
” Foram muitas mobilizações, enfrentamento aos gestores coronéis, mesas de negociação, ações na Justiça e muito empenho dos atuais e dos ex diretores para termos respeito e credibilidade pelo trabalho que realizamos.”
Gestores Coroneis ficaram no passado?
Não pedimos nada que não seja justo … o trabalho é árduo…. o salário não é justo a carga horária é pesada mediante as responsabilidades cobradas …. nossa função não compete com nossa contratação…. pois fazemos todo tipo de trabalho proposto com boa vontade com dedicação…. só queremos um pouco de valorização…. graças algumas gestoras mais umanas e sensíveis temos sobrevivido as inúmeras crises de cansaço e desânimo por não termos incentivos públicos
Cadê você Leme do Sismi? Onde está o espírito de luta?
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