Plano de Saúde nega medicamento para portadora de esquizofrenia

Apesar de indicação médica, Unimed Salto/Itu nega remédio para paciente

Um morador da cidade de Itu entrou em contato com a redação do Jornal de Itu para revelar o drama que está passando com o tratamento de sua mãe, portadora de esquizofrenia.

Segundo o publicitário Carlos Silveira, de 32 anos, a Unimed Salto/Itu tem negado fornecer medicamento à sua mãe, mesmo com indicação médica. “Foi enviado a seguradora o laudo médico de minha mãe, e o psiquiatra relatou todos os problemas que tivemos com os medicamentos até então usados, porém por duas vezes tivemos o pedido da introdução do novo medicamento negado pela Unimed”, conta Silveira.

A seguradora, de acordo com Carlos, insiste que o tratamento seja feito com medicamentos mais baratos, porém os mesmos não fizeram efeito. “Até o SUS oferece medicamento para seus pacientes, e a Unimed não, sendo que os planos de saúde são obrigados a oferecer o medicamento sem custo adicional para seus beneficiários”, enfatiza.

Em seu relatório o médico psiquiatra responsável pelo tratamento de Ana Silveira, 60 anos, disse que “a paciente está em acompanhamento médico de longa data e já fez uso de diversos medicamentos antipsicóticos no tempo correto e na dose máxima suportada pelo paciente”. O texto ainda diz que “a paciente é bastante resistente ao tratamento e associado a difícil aceitação do diagnóstico, faz com que ela não adere ao tratamento corretamente, fazendo o uso irregular da medicação”, e que a paciente está agressiva e difícil de conter.

Resposta

Carlos contou ao Jornal de Itu que após enviado o relatório médico, a seguradora demorou 17 dias para enviar a justificativa por escrito e ainda ligaram para avisar a paciente com esquizofrenia que o tratamento dela foi negado. “Como podem ligar e falar pra minha mãe que ela não terá o medicamento. Com a notícia ela tentou se matar. Eles têm que ter mais responsabilidade e falar com o tutor legal”.

Com a negativa do medicamento, o publicitário conta irá processar a seguradora e que relatou o problema a Agência Nacional de Saúde (ANS).  “A saúde e a vida da minha mãe estão em risco e a Unimed ignora e não respeita pacientes com esquizofrenia. Nega ilegalmente a medicação e o atendimento está pior que o SUS”, disse Carlos. “Não só negaram um procedimento de cobertura obrigatória, como só enviaram a carta de negativa após 17 dias, sendo que são obrigados pela ANS a enviar em, no máximo, 24 horas”, enfatiza.

Unimed

A Unimed Salto/Itu, em resposta ao Jornal de Itu, disse que cumpre integralmente a Lei dos Planos de Saúde (Lei nº 9.656/98) e a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709/18) tanto no contato com os beneficiários como na rotina de autorização de procedimentos.

Esclarece, ainda, que não houve solicitação inicial de documento de negativa de cobertura, o que foi feito, dentro do prazo legal, quando solicitado.

Por fim, explica que possui profissionais da especialidade demandada disponíveis dentro dos prazos legais, mas que a beneficiária optou por atendimento por médico fora da rede da operadora.

(Texto: Denise Katahira Foto: Reprodução Internet)

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