Prefeito de Itu aponta teoria da conspiração sem apresentar provas
O prefeito Guilherme Gazzola, em setembro do ano passado, disse que a Prefeitura de Itu iria “abrir uma sindicância contra o ex-secretário de Serviços Rurais, Adauto Gonçales, visando apurar suspeitas de mau uso da máquina pública durante a sua gestão frente à referida pasta.” Questionada, a Prefeitura nunca mais se manifestou a respeito nem apresentou nenhuma prova das acusações.
Em 2021, o prefeito também alardeou que “a Prefeitura de Itu instaurou uma sindicância para analisar a conduta de três servidores ligados ao departamento de Recursos Humanos, após receber um relatório da tesouraria indicando possíveis desvios na folha de pagamento dos servidores bem como supostas adulterações de documentos do mesmo departamento.”
Nenhuma prova sobre isto foi apresentada para a população e nada mais se falou sobre o assunto. Se internamente, algo foi feito, houve interesses de não se divulgar nada publicamente.
Às vésperas de deixar o comando da Prefeitura de Itu, o prefeito Gazzola, nesta quarta-feira (27), enviou para a imprensa uma nota, em tom desesperado, em que não apresenta nenhuma prova, mas diz que recebeu denúncia de que o crime organizado iria financiar campanhas eleitorais em Itu.
Diz o texto enviado para a imprensa:
“Diante de denúncia recebida via sistema e-Ouve, dando conta sobre “uma organização criminosa muito poderosa no Estado de São Paulo chegando para influenciar nas eleições de Itu”, o prefeito Guilherme Gazzola, no cumprimento de suas funções administrativas, comunicou oficialmente as autoridades policiais locais sobre o assunto.”
O Jornal de Itu entrou em contato com a chefia da Polícia Civil e Militar para saber se o referido ofício foi entregue. A Assessoria de Imprensa do 50 Batalhão da PM, com sede em Itu, disse que não constava a entrega do documento.
A Polícia Civil não retornou aos nossos questionamentos.
Liberdade
O chefe de Seção da Liberdade de Expressão e Segurança dos Jornalistas da Unesco, Guilherme Canela, alerta para uso de fake news e teorias da conspiração nas redes sociais para tentar confundir a opinião pública.
“2024 é um ano que muitos chamam de ano superleitoral, pois haverá potenciais impactos nas eleições deste ano de falsas informações. Jornalistas e autoridades precisam estar atentos, pois a liberdade de expressão e a busca pela verdade são fundamentais para garantir eleições livres e justas, diante de teorias da conspiração”, finaliza.