Proporção de famílias paulistanas endividadas sobe para 51,2% 

Após uma sequência de três quedas consecutivas, a parcela de famílias endividadas  voltou a subir em julho, passando de 49,4% em junho para os atuais 51,2%. Em números absolutos, são praticamente 2 milhões de famílias com algum tipo de dívida. O total de famílias na capital é de 3,9 milhões. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).A taxa de inadimplência, ou seja, a proporção de famílias que não conseguiram quitar suas dívidas até a data de vencimento, permaneceu em um patamar elevado, de 19,6% – a maior registrada no ano. Em junho, essa proporção era de 19,2%. O resultado também está acima do apurado em julho de 2017, de 18,1%. Atualmente, são 764 mil famílias nessa situação, 64 mil a mais do que há um ano.

Entre as famílias inadimplentes, 49,1% têm dívidas com atraso de mais de 90 dias; 25,8% até um mês; e 23,7% entre um e três meses.
Na segmentação por faixa de renda, houve crescimento da taxa de endividamento para ambas as classes, com destaque para as famílias com renda superior a dez salários mínimos (SM), que passou de 35,5% em junho para 40,6% em julho. Para as famílias de renda inferior a dez SM, a taxa atingiu 54,8%, aumento de 0,6 ponto porcentual (p.p.) em relação ao mês anterior.

Em relação à inadimplência, a situação ficou praticamente igual à registrada em junho. A taxa de inadimplentes com renda abaixo de dez SM ficou em 24,8%, alta de 0,3 ponto porcentual se comparada a junho. A taxa ficou estável em 7,4% para as famílias com renda mais elevada.

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, a pesquisa mostra a manutenção da taxa de inadimplência em um patamar historicamente elevado, ao mesmo tempo em que o endividamento está abaixo da média vista no primeiro semestre deste ano. Tal cenário revela o contínuo receio dos paulistanos em comprometer sua renda com dívida, uma vez que muitos temem perder seus empregos. O levantamento mostra ainda uma dificuldade das famílias inadimplentes em acertar as contas, principalmente, as de renda mais baixa.

Tipo de dívida
O cartão de crédito seguiu como o principal tipo de dívida entre as famílias, com 73,2%, alta de 3,1 p.p. em relação a julho. Em relação a julho do ano passado, quando 71,8% dos entrevistados afirmaram ter dívida no cartão de crédito houve elevação de 1,4 ponto porcentual.

Na sequência, estão os carnês com 13,9%, seguidos de financiamento de carro, aos 12,8%. Por fim, estão o crédito pessoal e o financiamento de casa, ambos com 10,8%.

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