Vereadores da oposição se revoltam com ataques do prefeito em panfletos

Foram distribuídos em diversos bairros de Itu (SP) no final de semana panfletos com os rostos dos quatro vereadores de oposição. No papel estava a mesma imagem publicada pelo prefeito Guilherme Gazzola (PL) nas redes sociais dias antes, conforme mostrou o Jornal de Itu. As fotos dos vereadores Eduardo Ortiz, Maria Piunti, Patrícia da Aspa e Galvão estavam colocadas junto com um texto afirmando que eles votaram contra investimentos na cidade. Os parlamentares foram contrários ao empréstimo de R$ 100 milhões que a prefeitura pediu para contratar com a Caixa Econômica Federal. Mesmo assim, com oito votos favoráveis, a prefeitura obteve aprovação do projeto.

Ao Jornal de Itu, Patricia Aspa falou sobre os fatos. “Vejo isso [a distribuição dos folhetos] como uma atitude desesperada, mesquinha e infantil do prefeito. Ele começou os ataques antes mesmo de terminar a sessão. Todos nós votamos com a consciência tranquila, sabendo que não estaria onerando mais a população que já está sofrendo demais”, afirma. “Já chega o aumento da água, do IPTU, e o prefeito ainda pediu 16 empréstimos e agora quer mais um. Acho que tem muita coisa para a gente melhorar e não é dessa maneira”, encerrou.

Galvão também criticou o prefeito. “Esse não é o tipo de administração com responsabilidade e sustentabilidade fiscal”, disse ao Jornal de Itu. “É lamentável ele pedir esse empréstimo. Você ser um gestor é usar o orçamento, verbas federais, emendas dos deputados, fazer gestão junto a Brasília, ao Governo do Estado, buscando recursos para o município e não endividá-lo”, afirma.

Nas redes sociais, o vereador Ortiz disse que “tem que haver responsabilidade com o dinheiro público. Infelizmente não é isso que vemos acontecer em Itu. Fazer um empréstimo com o valor final de quase 400 milhões é muita falta de gestão, de respeito para com os pagadores de impostos”, encerrou. Maria Piunti também se manifestou nas redes. “A desculpa é esfarrapada e apelativa: mais uma vez, fala que é para resolver a questão da água, que ele mesmo jurava estar resolvida. Tem mais: o projeto estipula o início do pagamento para dois anos depois. A bomba ficará como herança para os dois próximos prefeitos. A dívida vai até 2032.”

foto: arquivo/TV Câmara