É preciso falar sobre…

A série “Adolescência”, recentemente lançada pela Netflix, virou um fenômeno de audiência. Ela tem gerado intensos debates sobre temas como masculinidade tóxica, influência das redes sociais nos jovens e a cultura dos “incels”. A trama acompanha Jamie Miller, um adolescente de 13 anos acusado do assassinato de uma colega de classe. Com isso a série vai explorando as complexidades das interações juvenis e os perigos das comunidades online.​

Um dos aspectos mais discutidos é a representação da cultura “incel”. O termo “incel” refere-se a indivíduos que se consideram celibatários involuntários, frequentemente culpando as mulheres por sua falta de relacionamentos afetivos ou sexuais. A série ilustra como jovens podem ser atraídos por essas comunidades online, onde narrativas misóginas e de vitimização são disseminadas, potencialmente levando a comportamentos prejudiciais. ​

Além disso, “Adolescência” destaca a influência negativa das redes sociais na formação das identidades juvenis. A trama aborda como a exposição a conteúdos misóginos e a pressão social podem afetar o comportamento dos adolescentes, ressaltando a importância de uma educação que promova relacionamentos respeitosos e a necessidade de abordagens diretas e sinceras sobre os assuntos relacionados entre pais e filhos, porque só assim podemos descobrir qual masculinidade queremos desenvolver a partir disso.

A série também tem sido elogiada por sua abordagem realista e atuações impactantes, liderando as paradas da Netflix em diversos países. Com apenas quatro episódios, “Adolescência” conseguiu provocar reflexões profundas sobre os desafios enfrentados pelos jovens na era digital, incentivando diálogos entre pais, educadores e especialistas sobre como criar um ambiente mais seguro e saudável para as novas gerações.

Diante do sucesso e da relevância dos temas abordados, há especulações sobre uma possível segunda temporada. Os criadores da série, Jack Thorne e Stephen Graham, não descartam a continuidade da história de Jamie Miller, mas ressaltam que a decisão dependerá da recepção do público e das métricas de audiência.

Érica Gregorio, jornalista, socióloga, escreve voluntariamente para esse site e em seu blog ericagregorio.com

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