Foi uma surpresa negativa, diz ACSP sobre vendas do comércio
Para Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), o aumento de apenas 0,1% nas vendas do varejo nacional restrito em setembro ― na comparação com o mesmo mês de 2017, conforme divulgou hoje o IBGE – foi uma surpresa negativa.
“Esperava-se um crescimento da ordem de 2%. O resultado sugere que a elevação do preço dos combustíveis e da energia elétrica tirou poder aquisitivo do consumidor, principalmente recursos que seriam gastos nos supermercados. Além disso, a incerteza eleitoral fez com que o brasileiro postergasse compras e a alta do dólar encareceu produtos como tecidos e eletrônicos”, comenta Burti, que lembra que setembro deste ano teve um dia útil a menos do que em 2017.
Ainda no entendimento dele, uma vez que todos esses fatores conjunturais se mantiveram em outubro, o IBGE deverá novamente registrar resultados aquém do esperado na próxima divulgação, repetindo comportamento já captado pelo Balanço de Vendas/ACSP, que em outubro registrou aumento de apenas 0,4% no comércio da capital paulista. “Provavelmente o fenômeno vai se repetir no âmbito nacional”.
“A esperança agora é o fim do ano, com a Black Friday e o Natal. Passada a incerteza política, tradicionalmente o consumidor fica mais otimista e, se o varejo conseguir captar bem esse ânimo, os resultados poderão surpreender positivamente”, conclui o presidente da ACSP.