Praça Dom Pedro I será palco de pesquisa arqueológica a partir da próxima semana

Começam na próxima segunda-feira, 11 de janeiro,  pesquisas arqueológicas na Praça Dom Pedro I, localizada no Centro Histórico de Itu.

Os arqueólogos irão realizar intervenções no entorno do cruzeiro para evidenciar partes da estrutura desaparecidas, hoje recobertas pelo solo atual, fornecendo elementos para a projeto de restauro em desenvolvimento. O projeto conta com a devida permissão federal de pesquisa emitida pelo IPHAN por meio da Portaria nº 71, de 20 Novembro de 2020.

Nessa área  já foram encontradas vasilhas indígenas no entorno do  cruzeiro de pedra executado pelo arquiteto e artífice Tebas no final do século XVIII. As investigações fazem parte do projeto de restauração do monumento e requalificação desse espaço.

 “Devido suas características, podemos afirmar com segurança que esses objetos estão relacionados à ocupação tupi e existência ali de uma grande aldeia sobre a qual foi implantada a vila”, afirma o arqueólogo Paulo Zanettini, coordenador da pesquisa. “Os estudos poderão contribuir para ampliar o conhecimento a respeito dessa ocupação, ainda pouco conhecida pelos moradores da cidade”, conclui.

História

A praça Dom Pedro I, tal como a conhecemos nos dias atuais, corresponde à parte de um grande largo ou praça central surgida no período colonial com a instalação das primeiras igrejas e moradias no topo de uma colina, dando forma ao traçado original da vila de Itu.

Defronte à igreja de São Francisco – consumida por um incêndio, foi erguido em 1795 um grande cruzeiro de pedras, cuja autoria é atribuída a Joaquim Pinto de Oliveira, conhecido como Tebas, arquiteto de grande importância em São Paulo na época colonial.

O artista foi também responsável por diversas obras na cidade de São Paulo como o Chafariz do Largo da Misericórdia e as fachadas de igrejas da Ordem Terceira do Carmo, do Mosteiro de São Bento, e da Catedral da Sé, sendo recentemente homenageado com uma escultura junto à basílica. Excepcional mestre de cantaria, Tebas era escravizado e conquistou sua liberdade graças a seu trabalho e habilidades artísticas.

Itu, devido sua posição estratégica, transformou-se com o avanço da economia açucareira em um importante polo regional, vindo a tornar-se no tempo do Império um palco dos primeiros movimentos republicanos, culminando em 1873 com a Convenção Republicana. A praça nesse período conheceu grandes modificações, sendo parte do espaço ocupado pela fábrica São Luiz, criada em 1869, sendo a primeira fábrica à vapor do Estado de São Paulo.

Durante a abertura de uma via na extremidade da praça em 1920 foram encontradas duas grandes vasilhas cerâmicas indígenas, posteriormente doadas ao Museu Republicano de Itu.

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