Proteja-se sempre!
A vacinação é uma das intervenções mais eficazes e custo-efetivas em saúde pública, sendo responsável pela prevenção de milhões de casos de doenças e de mortes ao redor do mundo. A imunização fortalece o sistema imunológico, preparando-o para combater agentes infecciosos específicos, reduzindo significativamente a incidência de doenças transmissíveis. Além de proteger o indivíduo vacinado, a vacinação contribui para a imunidade de grupo, ou seja, quando uma parcela significativa da população está imunizada, a propagação de doenças é dificultada, protegendo aqueles que não podem ser vacinados, como recém-nascidos e pessoas com condições de saúde específicas.
No entanto, nos últimos anos, o Brasil tem registrado uma preocupante queda nas taxas de cobertura vacinal. Esse declínio compromete a eficácia do controle de doenças infecciosas e pode levar ao surgimento de doenças anteriormente controladas ou erradicadas, como o sarampo e a poliomielite.
Diversas são as causas que explicam a redução na adesão às campanhas de vacinação no Brasil. Primeiramente, a disseminação de informações falsas (fake news) sobre vacinas, amplificada pelas redes sociais, que tem gerado medo e desconfiança na população. Além de informações equivocadas sobre supostos efeitos adversos graves e teorias conspiratórias minam a confiança pública nas vacinas.
Além disso, a sobrecarga dos sistemas de saúde e a redução de recursos destinados à saúde pública também impactam negativamente a vacinação. Em muitas regiões, a infraestrutura de saúde é insuficiente para alcançar toda a população, especialmente em áreas rurais e de difícil acesso. A pandemia de COVID-19 também contribuiu para a queda da imunização, pois muitos serviços de saúde foram redirecionados para o combate ao coronavírus, e a população evitou comparecer aos postos de saúde por receio de contaminação.
Outro fator importante é a complacência gerada pelo sucesso das próprias vacinas. Como muitas doenças foram controladas, as novas gerações não testemunharam os efeitos devastadores de surtos de doenças como sarampo, difteria e poliomielite, o que pode levar a uma falsa sensação de segurança e à subestimação da importância da vacinação.
A manutenção de altas taxas de cobertura vacinal é essencial para prevenir surtos de doenças infecciosas. Vacinar-se é um ato de responsabilidade coletiva que protege não apenas o indivíduo, mas toda a comunidade. Programas de educação em saúde são fundamentais para combater a desinformação e conscientizar a população sobre a importância das vacinas. É crucial que as autoridades de saúde invistam em campanhas de comunicação eficazes, acessíveis e baseadas em evidências científicas.
Além disso, o fortalecimento do sistema de saúde é imprescindível para garantir a disponibilidade e o acesso às vacinas. A ampliação da infraestrutura de saúde, a formação continuada de profissionais e a implementação de estratégias para alcançar populações vulneráveis são medidas essenciais.
Afinal, , a vacinação é um pilar fundamental na promoção da saúde pública e na prevenção de doenças transmissíveis. A queda nas taxas de imunização no Brasil é um desafio que requer uma resposta coordenada e multidisciplinar para assegurar a proteção da população e evitar retrocessos nos avanços conquistados ao longo de décadas. A conscientização sobre a importância das vacinas e o fortalecimento do sistema de saúde são passos cruciais para garantir um futuro saudável e seguro para todos.
Erica Gregorio, jornalista, socióloga, escreve periodicamente no seu blog ericagregorio.com