Amamentar reduz risco de desenvolver câncer de mama

O leite materno é um alimento completo, ideal para a nutrição dos recém-nascidos e lactentes, oferecendo uma combinação perfeita de nutrientes, incluindo proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais, necessários para um crescimento saudável nos primeiros anos de vida.

Além de fornecer nutrição essencial para o bebê, a amamentação oferece uma série de benefícios à saúde e ao bem-estar da mãe, contribuindo para uma recuperação mais rápida e uma conexão emocional mais forte com o filho.

São bem difundidos os benefícios do aleitamento materno para o bebê, já os benefícios para a saúde da mãe são pouco divulgados. Um deles é a redução do risco de a mulher ter câncer de mama.

A Organização Mundial da Saúde, o Instituto Nacional de Câncer dos EUA (NCI) e outras entidades de saúde recomendam a amamentação como parte das estratégias de prevenção ao câncer de mama.

Um estudo publicado em 2002 pela Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC), analisou dados de 47 estudos em 30 países, incluindo mais de 50.000 mulheres com câncer de mama e cerca de 97.000 sem a doença. Os resultados mostraram que a amamentação reduziu o risco de câncer de mama em cerca de 4,3% para cada 12 meses de amamentação. Esse efeito foi observado independentemente do número de filhos que a mulher teve. E o efeito protetor é a longo prazo e se estende por muitos anos após a última amamentação, podendo se manter por até 20 anos após o período de amamentação.

A produção constante de leite materno e o esvaziamento da mama favorecem uma renovação permanente do tecido da mama, permitindo que o corpo elimine possíveis células defeituosas com mais facilidade durante esse período.

Uma revisão sistemática publicada no Journal of Women’s Health, em 2017, indicou que a amamentação exclusiva, que é aquela sem introdução de fórmulas, por pelo menos seis meses, pode proporcionar uma proteção ainda maior contra o câncer de mama em comparação com a amamentação parcial ou de curta duração. Acredita-se que a amamentação exclusiva inibe de forma mais eficaz a ovulação, diminuindo a exposição ao estrogênio. Durante a amamentação, os níveis de estrogênio no corpo da mulher diminuem. O estrogênio é um hormônio que estimula o crescimento das células mamárias, e a exposição prolongada a ele está associada a um maior risco de câncer de mama.

Outro estudo publicado pelo Instituto Nacional do Câncer dos EUA mostrou que a amamentação pode reduzir o risco de um tipo de câncer de mama mais agressivo, o câncer de mama triplo-negativo, que apresenta maior incidência em mulheres jovens (com menos de 40 anos), latinas e negras. O estudo demonstrou que a amamentação por pelo menos 6 meses foi associada a uma redução significativa no risco dessa forma agressiva da doença.

Esses dados reforçam o papel da amamentação não apenas na nutrição e no desenvolvimento infantil, mas também como uma importante medida preventiva para a saúde materna a longo prazo.

A amamentação ajuda a reduzir o risco de desenvolver o câncer de mama, mas é importante lembrar que não há garantia total de prevenção. A detecção precoce é essencial para o sucesso do tratamento.

A prevenção do câncer de mama também envolve uma combinação de hábitos de vida saudável, como não fumar, ter uma alimentação saudável, praticar atividades físicas regularmente, manter-se com peso adequado e evitar o consumo de álcool.

É sempre importante reforçar que seu toque pode salvar sua vida: faça o autoexame! Cuide de você: a prevenção é o melhor caminho! Juntas somos mais fortes na luta contra o câncer de mama!

Rafaelle Sanches (mãe, assistente social, doula, consultora em amamentação, ativista da humanização do parto e do nascimento)

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