Bolsonaro ataca jornalista de Itu que se passou por paciente de sua nora
O jornalista João Paulo Saconi se formou no Rio de Janeiro e trabalha na Revista Época e Jornal O Globo e O Extra, porém, em suas redes sociais, faz questão de destacar sua origem ituana e sua ligação com a cidade.
Na sexta-feira, 13, seu nome ganhou repercussão devido a uma postagem do presidente Jair Bolsonaro no Twitter. “IMPRENSA SEM LIMITES: sem se identificar, o jornalista João Paulo Saconi, Época / Globo, se passou por gay e fez sessões com minha nora Heloísa (psicóloga, esposa do Eduardo) e gravou tudo. O deveria ficar apenas entre os dois, por questão de ética, agora vem a público.”
A própria Heloísa se manifestou sobre a reportagem, em seu Instagram. “”João Paulo Michael Saconi, 23 anos, natural de Itu – SP, contratou um serviço de “coaching de autoconhecimento”, que totaliza 5 sessões de 1h30 cada. Não conversei com João na fila do supermercado nem em um barzinho.Nosso contato foi estritamente profissional, o que pressupõe, no mínimo, o sigilo e a boa fé.Jornalista, nunca se apresentou desta forma, gravou de forma ilegal as sessões e publicou uma matéria sem autorização.Sempre o tratei com respeito, como faço com todos.Eu nunca o questionei sobre suas preferências políticas, sexualidade ou religião. Nunca faço isso com nenhum cliente.
Entretanto, João logo se apresentou como apoiador do Bolsonaro, homossexual e que, embora já tenha sido mais próximo do espiritismo, hoje possui muitos amigos ateus e se vê afastado da espiritualidade, pois, segundo ele “perdeu um pouco a fé em Deus e na humanidade”. Nunca interferi em suas posições políticas, mesmo quando ele falou de “amigos de esquerda”. Inclusive mencionei que hoje percebo uma falta de valores na sociedade, o que gera uma dificuldade de conviver e respeitar o próximo e o diferente.Mal intencionado desde o início, com certeza ele queria provocar respostas polêmicas da minha parte ou mesmo anti-éticas, o que não obteve. Se queixava dizendo que sofria muito com as “fake news” e o excesso de (des)informação e me perguntou se eu poderia indicar algumas mídias para ele seguir no instagram, que fossem da minha confiança e assim o fiz. Aliás, não é e nem seria surpresa nenhuma para nenhum cliente que me contrata, saber das minhas posições políticas ou de qual família faço parte, né?Ademais, ele não contratou um robô. Sou uma pessoa verdadeiramente empática. Por vezes cito exemplos meus mesmo, da vida privada, para colaborar no processo de rapport e vínculo com o cliente.Agradeço o apoio de todos. Estou tranquila e seguirei agindo da mesma forma, pois essa sou eu. Ajudo as pessoas, me engajo de verdade na busca do desenvolvimento pessoal. Sigo confiando e esperando o melhor do próximo, pois é assim que me comporto. A paz e a serenidade que habitam em mim são inegociáveis. Os fins não justificam os meios. João responderá na justiça.”
A polêmica reportagem foi publicada, parcialmente, na versão on line da revista. Em uma nota, na sexta-feira, a publicação defendeu o modo como a reportagem foi feita: “Época reafirma o respeito à ética e a retidão dos procedimentos jornalísticos que sempre pautaram as publicações da revista. A reportagem em questão não recorreu a subterfúgios ou mentiras para relatar de maneira objetiva — a bem do interesse do leitor — um serviço oferecido publicamente, com cobrança de taxas divulgadas nas redes sociais.”
Mas, nesta terça-feira, voltou atrás e soltou a seguinte nota:
“Como toda atividade humana, o jornalismo não é imune a erros. Os controles existem, são eficientes na maior parte das vezes, mas há casos em que uma sucessão de eventos na cadeia que vai da pauta à publicação de uma reportagem produz um equívoco.
Foi o que aconteceu com a reportagem “O coaching on-line de Heloisa Bolsonaro: as lições que podem ajudar Eduardo a ser embaixador”, publicada na última sexta-feira. ÉPOCA se norteia pelos Princípios Editoriais do Grupo Globo, de conhecimento dos leitores e de suas fontes desde 2011. Mas, ao decidir publicar a reportagem, a revista errou, sem dolo, na interpretação de uma série deles. (…) O erro da revista foi tomar Heloisa Bolsonaro como pessoa pública ao participar de seu coaching on-line. Heloisa leva, porém, uma vida discreta, não participa de atividades públicas e desempenha sua profissão de acordo com a lei. Não pode, portanto, ser considerada uma figura pública. Foi um erro de interpretação que só com a repercussão negativa da reportagem se tornou evidente para a revista.”
Contato
Tentamos, desde sexta-feira, contato com João Paulo Saconi, mas não tivermos retorno. Saconi, recentemente, fez uma reportagem sobre o Memorial da Faditu em homenagem a Temer, em que afirma que o local estaria fechado devido às prisões do ex-presidente, fato que o diretor da faculdade nega.
Vagabundo, tem que responder um processo pesado, por calúnia, injúria, difamação, falsidade ideológica, uma vergonha para a classe de jornalistas sérios e o povo Ituano. Que aprenda ter limites tendo que recomeçar do zero e falido. Em tempos de hoje. “Quem lacra, não lucra!” Imbecil!!!