Bravox demite 182 funcionários e sindicato diz que 142 não receberam nada

A Bravox tinha, no início do ano, cerca de 350 funcionários. Neste ano, 182 foram demitidos, mas apenas 40 receberam a rescisão e os direitos trabalhistas.

Fundada em 06 de agosto de 1953, por imigrantes alemães em São Paulo, com objetivo de atender a embrionária indústria de rádio do país, é uma das principais empresas em Itu.

Foi isto que fez com que Carla, mãe solo e única responsável pelo sustento de seu lar, sonhasse em trabalhar lá. “Era um sonho pois a empresa tem um nome, né? Em 2022, mudou os líderes e começou a cair a produção, até que fomos demitidos e agora não temos mais informação do que vai acontecer”, lamenta.

Assim como os demais colegas demitidos, ela não recebeu nem o valor da rescisão e nem podem retirar o FGTS, já que este não estava sendo depositado pela empresa, e também não podem dar entrada no seguro-desemprego. Esta situação tem trazido desespero para pais e mães de família, que se viram, de foram abrupta, sem renda para sustentarem suas casas.

Suellen Silva estava desde abril de 2021 na empresa e foi demitida no último dia 24. Até o momento se vê com todas as despesas do começo do mês e sem nenhuma renda para o pagamento. Mesma situação de Mickaela. “A empresa não informa quando vai fazer o pagamento e estamos desesperados”.

A falta do pagamento do FGTS piora ainda mais a situação dos trabalhadores. “Faz 15 meses que não depositam, mesmo tendo descontado este valor da gente”, diz Rogério Felipe de Moraes. Ana trabalhou lá há 4 anos, e diz que sempre havia períodos de baixa produção e demissão, mas nunca desta forma. “Todo mundo está em uma situação muito complicada”, diz Ana Lisboa.

Sindicato e empresa

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Itu, Manoel de Souza, diz que a entidade está acompanhando tudo. “A empresa diz que tem dificuldade para fazer o pagamento de todos de uma vez, e que vai precisar demitir mais. Estamos acompanhando e discutindo com a empresa. Amanhã teremos uma reunião com o advogado e o presidente da Bravox”, conta.

“A empresa já teve outras crises, sempre aconteceu: eles perdem contratos, cai a produção e eles precisam demitir. Eles tinham contrato com os Estados Unidos, faziam sons para barcos, mas perderam este cliente. Mas o que houve exatamente e como será o acerto destes funcionários só iremos saber após a reunião desta quinta-feira”, conclui.

Procuramos a empresa, que nos retornou na manhã de quinta-feira,9, um dia após esta matéria ser publicada.

Clique aqui e leia o posicionamento da empresa..

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