Eleições causam brigas entre amigos e mexem com os nervos

Ninguém aguenta mais tanta briga mas todo mundo acha que tem o direito se se manifestar. Isso aliado a uma polarização de esquerda e direita nessas eleições estão gerando diversas brigas entre amigos nas redes sociais.

Antonio Neto postou a foto de seu candidato ao seu perfil, e não cansa de expor suas ideias e ideais. Isso incomodou e gerou exclusão por parte de amigos de infância. “Isso mostra que são pessoas intransigentes e não abertas a um diálogo frutuoso.  São movidos por um ódio, um sectarismo que não ajuda na compreensão do momento delicado que vivemos enquanto sociedade”, diz.

Jefferson Galvani fez uma postagem em seu Facebook que desagradou alguns amigos da comunidade católica em que participam. “Durou dias a discussão”, diz. Depois disto, os amigos se afastaram. E ele não acredita em uma reconciliação pós-eleições.

“As estruturas ainda ficarão abaladas, porque as discussões nas quais me envolvo, por mais que sejam em defesas de um candidato, elas são profundas, porque defendo algo no que acredito, sou conservador, e isso acaba se tornando uma discussão sobre a moral de cada um.“

Gustavo Arcanni também não fez questão de ser discreto e usou suas redes para expor suas crenças, e de vez em quando também vai até as time lines alheias para falar o que pensa e confessa que gosta de comentários ácidos. “Eu posto com intenção de realmente ver a reação das pessoas. E o que ajuda o conflito é que pelo Facebook é diferente de uma conversa, onde percebemos os sentimentos, a intenção do outro, nas redes as interpretações são muitas vezes erradas”. E ele não acredita em uma bandeira de paz. “Hoje ninguém vai ouvir o outro, está todo mundo com os olhos tapados, muito raivosos”.

Para a psiquiatra Lilian Lucas o que mais irrita as pessoas é “a proliferação sem limites de mensagens no WhatsApp de cunho político/partidário em todos os grupos, mesmo aquele que foram criados com finalidades completamente distintas.  Acho que neste nosso “mundo digital”, as noções do que é público e do que é privado, de quais são os limites, estão mudando e as pessoas ainda muito perdidas em como se comportar diante destas transformações tão recentes.”

Ela acredita que após segunda-feira muitos conflitos devem permanecer. “Esta exposição excessiva, a dificuldade em perceber o limite do outro, são questões de nossa era e ainda estão longe de terminar.”

Além disso, vivemos em um mundo cada vez mais efêmero. “Eu não gosto do que você falou, então te excluo ou saio do grupo. Isso demonstra a dificuldade de lidar com frustração e de um consequente isolamento. E isolamento inclusive em questões políticas, que ficam polarizadas demais, neutralizando a possibilidade de diálogo, troca de conhecimentos, aprofundamento das percepções sobre determinado tema, como a política.”

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