“Nosferatu”, de Robert Eggers, já é um clássico
Indicado a quatro categorias ao Oscar 2025, Melhor Fotografia, Melhor Design de Produção, Melhor Figurino e Melhor Maquiagem e Penteado, Nosferatu, de Robert Eggers, é uma grande metáfora dos horrores das pestes que, hora ou outra, mostram todo seu terror na humanidade, neste caso, figurado no vampiro Nosferatu e sua fixação pela bela jovem Ellen Hutter.
Em Nosferatu (2024), o jovem Thomas Hutter viaja até a remota Transilvânia para fechar um negócio com o enigmático Conde Orlok, mas descobre que o nobre é uma criatura ancestral que o persegue de volta à Alemanha, levando horror à cidade fictícia de Wisborg e uma obsessão obscura à vida de Ellen, esposa de Thomas. Uma releitura sombria e hipnótica do clássico do expressionismo alemão.
A encenação dos atores, em particular Knock, interpretado por Simon McBurney, o dono da imobiliária, é extremamente convincente e visceral. A personagem Ellen Hutter (protagonista), interpretada por Lily-Rose Depp, ora é doce e romântica, ora demoníaca e até heroína! E Willem Dafoe, mais uma vez, arrebata interpretando o Prof. Albin Eberhart von Franz. Apesar das grandes interpretações, nenhum ator ou atriz foi indicado ao Oscar, mas isso é só detalhe.
A fotografia é outro ponto forte do longa. Com nuances entre ambientações e retratos em preto e branco que remetem muito à memória da película, os tons quentes avermelhados e alaranjados das tomadas noturnas à luz de lampiões e velas e os tons frios e desaturados, tudo evidenciado com muitas sombras, trazem ao filme uma atmosfera sinistra e visceral.
Sim! Em alguns momentos, as referências dos cenários do expressionismo alemão são evidenciadas, esclarecendo muito do cânone de uma época icônica da década de 20 do cinema. Figurinos e maquiagens são potencializados nos retratos da encenação dos atores. É um filmão para os apreciadores do gênero terror, para o presente caso, gótico.
Enfim! Nosferatu, de Robert Eggers, é um clássico, pois tem relevância no cânone original da obra; pela interpretação, fotografia e figurino. É uma grande obra, pois respeita as origens dos filmes de terror: é visceral, romântico, dramático. O final é arte pura.
Assista nas plataformas Prime Video, Google Play Filmes, YouTube e Apple TV, e mergulhe nessa releitura de uma obra que marcou a história do cinema.
Espero que curtam. Abraços!
Dorival Sanches –
