O setor de eventos foi abandonado à própria sorte
Todos os setores sofreram muito nessa pandemia, o mundo todo foi afetado, mas cada um reagiu de um modo e foi auxiliado de outro.
Porém, nós, do setor de eventos, fomos esquecidos, simplesmente deixados de lado como se não fôssemos parte de uma cadeia que gera emprego, renda, e mais que isso: traz felicidade em muitos momentos tristes.
Hoje vivemos a pior crise existente em nosso setor e talvez a que pode destruir todo um grupo de empresas, empresários e famílias dependentes desse segmento .
Todos que atuam hoje com eventos estão sobrevivendo de reinvenção, de muito, mas muito trabalho! E trabalho esse que não rende 1/10 do que rendia e apenas pra conseguir o básico ou seja: não deixar família sem comida. Uma pressão descomunal feita em todos, clientes preocupados e muitas vezes fazendo pressão, obrigações em atraso como aluguel, contas em geral. Mudanças de rotina do dia a dia e familiar como meio de tentar corte de gastos… estamos morrendo, pra definir melhor .
Hoje não se tem ninguém que acredite em nós, além de nós mesmos e posso dizer que por vezes até nós deixamos de crer.
Gostaríamos de entender porque somos julgados e condenados a estar parados e se acabando enquanto tudo retorna à normalidade mesmo que com mortes e com vírus aí nas ruas, nós somos os únicos penalizados e que ao menos temos chance de ser escutados ou de termos uma palavra de precisão .
Quanto tempo ainda temos de vida ?
Desde o início já se foram mais de 50 buffets fechados , temos mais uns 50 na UTI aguardando apenas os aparelhos desligarem ? mmAS quantos ainda vão entrar ? Quantos ainda irão restar ao final? Quem vai ganhar com toda essa destruição no setor de eventos?
Com certeza, nós não seremos. E aí pergunto é justo com o cliente que fechou a festa, o buffet encerrar as atividades ? Mas é justo com o buffet não poder trabalhar, não ter entradas, ficar a cinco meses somente com saída, não ter previsões, apenas obrigações?
Será que ninguém que sorriu em nossos espaços pense em nós ?
Estamos morrendo e conosco muitos sonhos junto.
Assim como tudo na vida, uns morrem para outros nascerem, mas do modo certo da vida ser e não sendo esquecidos e abandonados como classe não importante .
Queremos clareza! Queremos trabalhar! Queremos sobreviver!
- Augusto Francischinelli Neto, empresário do setor de eventos há 14 anos.