Prédio abandonado tira sossego de moradores do bairro Cruz das Almas

Há seis anos, um empreendimento residencial na Rua Sorocaba deixou de ser um sonho de moradia para se tornar um pesadelo, tanto para os que investiram no imóvel, quanto para os vizinhos em volta do local.

A advogada Ana Rosa Pavani diz que os moradores das redondezas perderam o sossego após o início das obras. “Este prédio está parado há anos. Antes tinha um zelador que cuidava, deixavam cachorros lá, mas daí começou a ter rotatividade de seguranças. Os tapumes sempre estão caindo, dá medo pois entram para usar drogas. Algumas casas do beco foram comprometidas. Aquela grua se movimenta em 360 graus e se mexe muito quando venta, e está sem manutenção, temos medo. A pichação lá em cima mostra que tem gente que foi até lá, podem ter mexido na grua”, diz. “Ali foi sempre um local tranquilo, de paz, e agora estamos com o pesadelo desse prédio”, lamenta.

“Nós moramos na rua debaixo, então há anos acompanhamos todo o processo. São anos de destruição diária, mas hoje a situação está lamentável. São pichações, pombos e animais peçonhentos aos montes, usuários de drogas, muro de destruído, ou seja, o acesso é facilitado e o uso indevido é liberado”, diz Rita de Cassia Campos Vasconcellos.

Uma parte do terreno está deslizando, claramente colocando em risco as casa da parte de cima do local e os pedestres que passem pela viela que fica vizinha da obra. 

No local ainda consta uma placa com o nome da construtora: Paulo Afonso, com sede em Sorocaba. No site da empresa, um aviso: “Nós estamos em recuperação judicial processo número. 1040318-89.2016.8.26.0602.”

Em contato com o Jornal de Itu, o próprio Paulo Afonso diz que os vizinhos “podem ficar sossegados. A grua não vai cair, de lá não cai nenhum parafuso. Montar uma grua daquelas é 40 mil reais, e a construtora que der continuidade na obra vai precisar dela”, diz ele.

Segundo ele, uma construtora de Itu chegou a fazer uma assembleia com as pessoas que compraram os apartamentos, e logo ela dará andamento. “Nós não falimos, demos o prédio em uma ação de recuperação judicial e este fundo, que ficou com o prédio, vendeu para outro. A Prefeitura chegou a notificar a gente, mas eu não sou mais responsável por lá”.  Sobre as casas e o terreno desmoronando, ele afirmou que existem laudos sobre isso e que “as casas que foram prejudicadas serão recuperadas no momento propício”.