Três governadores, três prefeitos e um Distrito Industrial: o povo não aguenta mais esperar
“Coincidência, sorte ou união dos astros”: melhor seria se fosse por capacidade gestora: o município precisa de desenvolvimento e emprego
Em 2008, uma notícia encheu de esperanças milhares de ituanos: Itu ganhava área para distrito industrial, um terreno com 1 milhão de metros quadrados. O então governador do Estado de São Paulo, José Serra, sancionou a lei de doação, que havia sido anunciada em uma visita anterior de Serra à cidade, em dezembro de 2007.
O terreno situa-se às margens da Rodovia do Açúcar (SP-75) e da Rodovia Waldomiro Correa de Camargo (SP-79), nas proximidades da Rodovia Castello Branco (SP-280). Pertencente ao bairro Cidade Nova, o local deveria atrair indústrias e viabilizar empregos e desenvolvimento para o município e região.
Em setembro de 2011, o local chegou a ser pauta do governo do Estado, dizendo que “a estimativa é de serem gerados 18 mil empregos nas áreas de autopeças, metalurgia, produtos alimentícios, construção civil, atividades educacionais e socioambientais. O centro conta desde já com 220 empresas cadastradas para implantação na área.”
Em 2012, uma nova expectativa: Itu receberia um centro tecnológico, com a construção da fábrica da Foxconn. Isto também não se realizou.
Em 2019, o Jornal Periscópio entrevistou o secretário de Planejamento, Plinio Bernardi Jr, que explicou alguns pontos que fizeram o projeto não se concretizar. “Nós nos debruçamos sobre o edital, os contratos, e achamos duas situações. Uma que era economicamente prejudicial para o município o modelo que havia sido desenhado. Ia causar um impacto negativo aos cofres públicos. De outro lado, o nosso jurídico julgou que havia algumas irregularidades que não tinham como ser corrigidas”, declarou. Ele ainda disse que “não adianta nada ter um distrito e não ter um marco regulatório bem feito, não ter um ambiente de negócios que possa dar garantias para a empresa e sem ter capacitação das pessoas”.
O governador João Doria, em visita à cidade em 2018, durante sua campanha, prometeu viabilizar o Distrito, junto ao então presidente local do PSDB, Rodrigo Tomba, que era também secretário municipal.
Quatro anos depois, às vésperas de outra eleição, novos movimentos se formalizam neste sentido. Ao contrário do que disse Doria, em seu discurso na última quarta-feira, no Pirapitingui, a cidade não precisa de “coincidência, sorte ou união dos astros”, mas de competência e comprometimento de seus gestores.
Que não sejam apenas mais promessas de campanha, pois o povo está cansado de esperar…
(Texto e foto: Rosana Bueno, editora Jornal de Itu)