Três mães: três lindas histórias

Mãe especial

Denise trabalhava como assistente de vendas e já era mãe de Miguel (hoje com 7 anos), quando ficou grávida pela segunda vez. Logo nos primeiros meses veio o alerta: gestação de alto risco. O médico perito do INSS afirmou que gravidez não era doença e ela continuou a trabalhar. Em pouco tempo e com apenas 28 semanas de gravidez, ela deu a vida para Arthur, um menino que teve que ficar três meses na UTI. Teve infecções e paradas cardíacas, em uma das quais teve hidrocefalia.

Hoje ele tem quatro anos e exige cuidados especiais e constantes, além de fazer diversos tratamentos. Assim como no filme “Extraordinário”, a dedicação de Denise é quase exclusiva ao filho, fato que gerou um desabafo do irmão mais velho: “Depois que o Arthur nasceu parece que eu não existo”.

Os olhos bonitos da moça se enchem de lágrima ao narrar a sua trajetória, alterada por uma maternidade especial. “Tudo que fazem aos nossos filhos, fazem em dobro para a gente. Isso gera um sofrimento, pois vemos como é difícil a acessibilidade, como é grande o preconceito, e ele próprio não sente, mas eu sinto em dobro”.

A tarefa de cuidar do filho fez com que ela valorizasse mais os próprios pais. “Aos finais de semana, sempre quero estar perto deles, pois aprendi a valorizar mais a vida, os momentos, pois a gente nunca sabe o que vai acontecer amanhã”. E conclui: “Já me falaram que Deus só envia crianças especiais para mães especiais, que são fortes o bastante. Acho que foi isso…”.

 

Mãe de sorte

A probabilidade de uma mãe ter, de forma natural, uma gravidez de trigêmeos univitelino é bem baixa. “Uma em dez milhões”, tenta recordar com exatidão Renata, lembrando do que sua médica obstetra lhe disse ao ver seu ultrassom. Ela já era mãe de Ana Luiza , e tomou um grande susto com a notícia. “a primeira coisa que a gente pensa é na parte financeira, né”

O jeito foi arrecadar fraldas nas empresas e na igreja dos pais de Ana Carolina, Ana Beatriz e Ana Flávia. foram 10 mil no total, além de doação de leites, o que ajudou bastante o casal a enfrentar a aventura de tudo em triplo.

Quando eram bebês, o jeito foi colocar um brinco de cada cor em cada uma para saber quem era quem, mas hoje ela jura que sabe direitinho. Aliás, falando em três, as meninas estão prestes a completarem três anos e acabam de ir para a creche. A mais velha acaba de ser transferida para uma escola em período integral. E adivinhem?  Renata está sentindo a casa vazia. “Eu estranho”, conta ela, que era assistente de vendas e hoje é costureira, a forma que encontrou para trabalhar e cuidar das quatro filhas.

“Minha preocupação é não sacrificar a mais velha por causa das trigêmeas, então eu levo ela para as atividades, como natação, e vamos todas juntas”.

Segundo ela, o apoio e ajuda de sua própria mãe, Roseli, foi fundamental para a aventura da maternidade tripla de uma só vez. E quando todo mundo resolve chorar junto? Eu finjo que estou chorando e todas param”, conta, mostrando que a criatividade é uma característica fundamental na aventura maternal. E ressalta. “É preciso ver tudo como uma benção e aproveitar. Não consigo imaginar a minha vida sem elas, e amo cada uma com suas características próprias, pois elas são diferentes. Mas sim, vou dormir muito exausta”.

 

“Pãe”

Sandra, aos nove meses, ganhou uma nova mãe: sua tia Terezinha. A sua mãe biológica, alcoólatra, rejeitou ela e os dois irmãos. Mas como amor é a resposta para todas as coisas, o que seria uma história triste se transformou em um enredo cheio de empoderamento feminino.

Sandra cresceu em meio ao carinho da vó, da tia e da irmã. E neste reduto feminino que a chegada de Maria Fernanda foi celebrada, quando Sandra ficou grávida,  aos 29 anos, após alguns meses de namoro. O relacionamento não deu certo, mas a menina cresceu cercada de amor, e hoje, arquiteta, enche a mãe de orgulho, e afirma que a ausência de um pai nunca foi motivo de sofrimento.  “Minha mãe e minha tia vó sempre foram muito presentes”, afirma.

A avó biológica só procurou a família quando estava doente e precisava de cuidados, e foi prontamente atendida. Pois onde sobra amor, não cabe rancor.

“Quando eu fiquei grávida, eu fiquei muito feliz. E ela nunca deu nenhum trabalho, sempre nos deu muito orgulho”, conta a mãe coruja, com os olhos cheios de lágrimas, mostrando que foi pai e mãe e soube amar em dobro.

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