MATÉRIA ESPECIAL: “Cheguei a pesar quase 160 quilos”
Domingo é o dia oficial de decidir: amanhã eu começo a dieta, a academia… e a partir deste domingo o Jornal de Itu traz histórias de mulheres guerreiras que decidiram, persistiram e alcançaram o ideal de uma vida longe do sobrepeso e da obesidade.
Hoje vamos contar a trajetória da cabeleireira Thais Tristão, que já vivenciou diversos constrangimentos sociais que as pessoas com sobrepeso ou obesidade tem que enfrentar.
Hoje, ela recorda com bom humor, parte das situações. “Meus pais se preocupavam com o meu sobrepeso, e por isso meu pai me deu uma bicicleta. No primeiro dia que eu sai, empurrando a bike, um caminhão passou e o motorista gritou: “Se você não começar a pedalar, não vai emagrecer, gorda!”. Ao tentar entrar em um ônibus, enroscou na catraca. “O motorista gritou: desce e sobre lá por trás, você não vai passar”. Ela desceu e saiu correndo, envergonhada.
Ela recorda que tudo começou com 15 anos, quando mudou de endereço e escola. “Eu ficava sozinha em casa, só comia e dormia a tarde toda”. Aos 18 anos, ela estava com 110 quilos. Mas ao ver uma amiga que tinha feito bariátrica, ela resolveu engordar mais para poder se enquadrar nos critérios de obesidade necessários para a bariátrica, e a comer compulsivamente.
Aos 19 anos, ela pesava (acreditem!) quase 160 quilos. Para ser exata: 159 quilos e 800 gramas era o que a balança marcava, quando ela entrou na sala cirúrgica para fazer a operação bariátrica.
Depois de 7 anos ela fez a abmoplastia e chegou ao seu peso ideal, que durou apenas um ano. “depois eu casei, e a gente gosta de comer, beber uma cervejinha… No começo deste ano, eu fui viajar e voltei e fui ver as fotos eu percebi o quanto estava gorda. As roupas começaram a ficar apertadas e eu estava novamente com 101 quilos”, conta.
Foi a partir daí que ela resolveu mudar seus hábitos cotidianos, aos 30 anos. Em 60 dias, perdeu 12 quilos. “Eu já tentei de tudo: dieta, remédios. Mas, desta vez, entendi que o problema é comigo: a maneira como eu comia, minha compulsão pela comida. O obeso é assim: ele come um pedaço de bolo já pensando que horas ele vai poder comer o próximo”. Por causa da bariátrica, ela tinha vômitos após a maioria das refeições que fazia, mas logo em seguida se alimentava novamente.
Um grupo de Whats App, com nutricionista, coaching e outros profissionais a auxiliou, assim como uma dieta com carboidratos restritos. Duas vezes na semana ela faz exercícios funcionais, mas ela acredita que um hábito simples a ajudou muito: “hoje eu tomo de 8 a dez copos de água por dia, acredito que este é o segredo”.
Ela é enfática em dizer que para o sucesso de uma dieta é preciso ser radical. Ela, por exemplo, que ainda quer perder mais 15 quilos, chegou a fazer jejuns intermitentes: das 20h às 12h, todos os dias.
E que as pessoas com sobrepeso usam desculpas para não se responsabilizarem pelo próprio peso. “Tem gordo que diz: não sei o porquê estou gordo. Eu também já usei desculpas, falava que era a minha tiréoide, mas não, era eu gorda pois comia demais.” E ressalta: “tem mulheres com sobrepeso que não se importam, se sentem bonitas, mas não é o meu caso: eu nunca gostei”.
E deixa um conselho: “Não deixe chegar ao ponto de chegar aonde eu cheguei. Quando eu era adolescente, minha mãe me levou em uma nutricionista, mas ela era gorda, e eu não quis seguir a dieta por causa disso. As consequências foram muito sérias. Façam algo antes da obesidade se tornar algo mais grave”.
(Esta matéria tem o apoio da Emagrecentro)