Ituanos revivem drama de falta de abastecimento

Leitora destaca que crise econômica agrava situação

Os ituanos viveram em 2014 uma situação dramática, sem precedentes, com uma grave crise hídrica. A situação foi destaque na mídia nacional por vários meses. Após isso, a captação de água no Ribeirão Mombaça surgiu como esperança de solução.

Mas no ano passado, além da pandemia, começou-se a falar sobre interrupções emergenciais e locais sem água. Mas, embora circulassem caminhões de água por toda a cidade, um racionamento só foi admitido após a eleição.

Neste ano, desde maio, o prefeito anunciou o início do racionamento: noturno, depois dia sim e não e agora o cronograma de 12h por 48h. Questionamos os nossos leitores sobre a situação da abastecimentos em seus bairros e a maioria disse que a situação é similar a de sete anos atrás.

Moradora do Jardim das Rosas, Sandra diz que ligou durante toda a quarta-feira na Companhia Ituana de Saneamento, mas ninguém atendeu. “Queria pedir água para mim e minhas vizinhas. A água vem mais não sobe na caixa, hoje consegui usar um pouco só na cozinha. Quase queimou a minha máquina”, lamenta. “Está pior do que em 2014”. Cristina mora no mesmo bairro e diz que a água chega fraca, mas pelo menos chega.

Juliete também tem a mesma opinião e disse que há três dias não chega água em sua casa. Fernanda, do bairro Liberdade, também acha que a situação, após sete anos e mesmo com a Adutora do Mombaça, está pior.

Para Fabieli, que mora no Centro, a situação não é tão grave como em 2014, mas na região a Prefeitura não envia caminhão pipa e há dias ela toma banho apenas de caneca. “Nos dias que vem, enchemos baldes e bacias”. Cilene também é moradora do centro, mais precisamente da Rua Santa Rita. “Estou há cinco dias sem água. Pedi um caminhão na CIS há 40 dias e até agora não tive retorno. Moro em Itu há 20 anos e sempre tivemos problemas com abastecimento. Agora, com a maior crise dos últimos 90 anos, estamos sendo, novamente, castigados com essa situação”.

O morador da Vila Roma, Alfredo Alves, diz que nos dias de abastecimentos são apenas algumas horas chegando água. “Mesmo sem abastecimento, estamos pagando o mesmo valor. Sem expectativa de melhora”, lamenta.

“Em 2014 foi muito pior do que agora, espero que não cheguemos a esse ponto”, diz Rose, moradora do Jardim Aeroporto.

O nosso leitor Paulo mora no Parque Industrial e diz que nas partes altas do bairro a água não chega. Morador da Rua Mercedes Sbrissa Francischinelli, tem como alternativa buscar água na casa do irmão, em Salto, e estocá-la em galões.

Algumas pessoas têm a impressão de que a situação está melhor do que há sete anos. Moradora do Bom Viver, Fátima Goulart diz que a água vem a cada dois, conforme cronograma divulgado pela CIS.

Moradora do Residencial Itaim, Michele também diz que o rodízio está sendo 12 por 48 horas, mas lembra que a crise econômica pós pandemia deixa a situação da população ainda pior. “Tem gente sem dinheiro para comida, imagine ter que comprar água ainda?

Cleiton, do Itaim, discorda que o racionamento esteja sendo de acordo. “O que temos é um “desaparecimento” de água: só recebo água aos domingos, por algumas horas. Acabei de tomar banho de balde, é uma calamidade…”

Na Vila Cleto, as opiniões se dividem: Celina acredita que a situação está igual a de 2014.  Estava há quatro dias sem ter água na caixa de água. Daniela também diz que este é o período sem abastecimento. Para Neide, a situação é melhor. “Cheguei a ficar oito dias sem água. Agora, falta dois e vem um. O povo culpa o prefeito, mas ele não é Deus…” .

Ítalo Silva também diz que “igual 2014, tomara que nunca mais. Deveríamos estar acostumados: colocam fogo no mato e falta água, todo ano é assim”.  Juliana lembra que em 2014 chegou a ficar 16 dias sem água, e agora são apenas dois.

Para Luiza de França, é preciso ter fé. “Não chove, não tem jeito”. Para Débora Cristofoletti, a situação é menor pior e o cronograma está sendo seguido. Para  Nilda, a escassez de 2014 foi pior. “Agora não estamos ficando direto sem água, e temos a opção de caminhão pipa”. Morador do Santa Laura, Daniel Guilherme também diz que a situação no bairro está melhor. “Até agora não ficamos mais do que dois dias sem água”.

Regiane, moradora do Cruz das Almas, também diz que o abastecimento segue o cronograma a cada dois dias.  Para Juliana, após sete anos não houve progresso nenhum. “Ainda estamos esperando chuva, sendo que água é uma necessidade básica. É dever dos gestores da cidade não deixar a população sem.”

Luciana Villar do Jardim São Francisco, sente que a situação está pior. “Fiquei sem água domingo, segunda e chegou só na terça, no final da tarde. Se continuar assim, sinto que vai ficar pior…”

Moradora do Bairro Brasil, Erica Vaccari diz que esta há 40 dias sem abastecimento pela rede pública e desde o dia 30 – há 22 dias, não recebe caminhão pipa. “Hoje pedi um e estou esperando desde manhã. Estamos sem dignidade, implorando água”.

Roseli, nossa leitora da Villa Ianni, diz que a situação é caótica. Na Vila Progresso, Priscila diz que a população está perdida. “Eu moro em condomínio, mas meus parentes me contam que está pior agora”.

Moradora do Alpes, na Vila Martins, Luziene diz que a situação está horrível. Marcia também diz que neste bairro “está complicado”. Vera Lúcia, do Jardim União, diz que está há cinco dias sem água em sua casa.

Rita Gavioli mora no São Luiz e diz que o cronograma de abastecimento, com as devidas economias, tem sido suficiente. “Moram apenas duas pessoas aqui. Mas na casa da minha mãe, no Santa Rosa, há uma semana não chega nada de água, antes chegava bem fraquinha. Ela compra para beber, cozinhar e agora para abastecer a caixa”.

Para os moradores do Jardim Eridano, há nove dias não há abastecimento. “Caminhão pipa está difícil também, a gente precisa ficar vendo quando ele vai passar, ficar correndo atrás. E quem trabalha o dia todo e não está em casa?”, questiona Flávio.

CIS

Em publicação nesta semana, a CIS alertou que as represas operam com 30% da capacidade média, sendo que a Bacia do Taquaral / Pirapitingui opera com apenas 2% de sua capacidade.

E lançou um documentário onde enaltece tudo que a gestão de Guilherme Gazzola fez pelo abastecimento do município.

(Depoimentos dados na quarta-feira, dia 22 de setembro, com exceção do último)

One thought on “Ituanos revivem drama de falta de abastecimento

  • 26 de setembro de 2021 em 06:16
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    ministéri público em cima ,interditar prefeitura

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