Músico ituano se destaca nos Estados Unidos

Felipe Brito conquistou terras americanas através da música; atualmente atua como professor

O músico ituano, Felipe Brito, 34 anos, viu sua vida profissional mudar quando decidiu ir aos Estados Unidos.
Em terras americanas conquistou prestigio e um espaço que no Brasil é difícil de se alcançar. “Viver como músico profissional no Brasil não é uma tarefa fácil e não existem orquestras sinfônicas suficientes para todos os músicos profissionais do país”, disse.
E esse anseio o fez pensar alto e tentar a vida profissional em outro país virou um objetivo. “Através de grandes amigos como Bruno Lourensetto e Lucas Borges, descobri a estrutura das universidades nos EUA e tive como objetivo aprender inglês e ganhar uma bolsa para fazer o meu Mestrado fora do país”, conta.
O músico nos revela que entre os anos de 2010 e 2012, todos os dias, acordava às 5 horas da manhã para estudar inglês antes de iniciar a rotina como professor de música no Colégio Anglo Itu, às 7h da manhã.
E sua dedicação gerou bons resultados. Brito foi aceito com bolsas integrais em cinco universidades americana: na Filadélfia, no Texas, em Cincinnati, em Nova York e Indiana. Além disso, fez mestrado na Universidade de Indiana, em Bloomington, com o professor Peter Ellefson, trombonista que atuou durante muitos anos com a Seattle Symphony.
Após, em Indiana, estudou no Cleveland Institute of Music, em Ohio, com o Primeiro Trombone da Orquestra Sinfônica de Cleveland, Massimo La Rosa. “Fui o primeiro brasileiro a conseguir uma bolsa de estudos integral nessa instituição”, revela o músico.
Em Cleveland tocou como Primeiro Trombone na Orquestra de Ópera de Cleveland e como Trombone Substituto na Canton Symphony Orchestra. Em sua passagem por Cleveland, Ohio, ganhou a audição para cursar Doutorado na Universidade do Texas, em Austin, com o trombonista Nathaniel Brickens. “Durante o meu curso de Doutorado trabalhei no Departamento de Comunicações da escola de música, Butler School of Music e também cursei uma especialização em Administração em Artes e Empreendedorismo na LBJ Escola de Relações Públicas”.

Raízes
Porém, antes de se mudar para os EUA para estudar, há 11 anos atrás, Brito teve formação em Itu. Entrou no mundo da música aos 9 anos de idade tocando percussão e com 13 anos tocava trombone no Colégio Integrado Monteiro Lobato, mas começou a tocar profissionalmente aos 16 anos.
“Toquei em todas as bandas possíveis da região como Nossa Senhora do Carmo e União dos Artistas, em Itu; Gomes Verdi, em Salto; Villa-Lobos, em Indaiatuba. Também toquei muito nas igrejas”, conta o músico.
Ele contou a redação do Jornal de Itu que a sua formação se iniciou no Colégio Monteiro Lobato, com o professor Geraldo Domingues. Na sequência estudou no Conservatório de Salto, com o músico João Verderi e depois, no Conservatório de Tatuí (2004-2006), com o trombonista Marcelo Bambam.
“Depois do conservatório fui aceito na Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP, onde estudei com o Primeiro Trombone da Orquestra Sinfônica de Campinas, Robson de Nadai. Isso foi entre os anos de 2007 e 2010”, disse. Ainda no Brasil, Brito estudou com os trombonistas Gilberto Gianelli e Carlos Freitas, na EMESP, em São Paulo, e também fez aulas com o trombonista Darcio Gianelli, da OSESP.
“A música mudou a minha vida completamente. Devo tudo o que tenho às organizações musicais e músicos ituanos. O nível de música em Itu e a tradição da música instrumental é muito maior do que qualquer apoio ou atenção pública à arte”, disse o músico.

Na Banda Nossa Senhora do Carmo, Itu, em 2003

Incentivo
Brito nos conta que sua mãe foi a maior incentivadora. “Ela sempre me ajudou me levando aos ensaios, apresentações, aulas de música. E esse incentivo tenho até hoje”.
Além da força maternal, ele disse que também contou com o apoio de todos os músicos das bandas que participou e de todos os professores. “Nos EUA os meus maiores incentivadores foram os meus professores, amigos brasileiros e muitos amigos americanos”, disse.
Com todo o incentivo e dedicação, Brito se consolidou nos EUA e atualmente é diretor de Banda da IDEA Montopolis em Austin, Texas, onde dá aulas de banda para mais de 120 alunos do Ensino Fundamental I, II e Médio. Também atua como Diretor de Desenvolvimento do festival de música de verão, Amistad Caribbean Arts Camp, onde trabalha como administrador cultural fazendo levantamento de verbas, recrutando alunos e dando aulas de música para os alunos de Cleveland, Ohio.
Ele conta que durante a pandemia começou a dar aulas online. “As aulas foram para alunos que moram no Texas, Califórnia, Ohio, Brasil, Bolívia e Trinidad e Tobago”.
Em agosto, iniciará em um novo trabalho como professor de trombone na Temple College e no Texas A&M University Central Texas.
Quando sobre tempo, Brito disse que toca aos finais de semana, com músicos da cidade de Austin, Houston, Dallas e San Antonio, no Texas. “Hoje em dia dedico a minha carreira tocando música brasileira fora do país, jazz, salsa e música clássica”, revela


Projetos futuros
Brito contou que se próximo objetivo a ser alcançado é se unir a outros músicos ituanos para melhorar as condições de trabalho e ensinamento pedagógico musical dessas organizações. “Me sinto frustrado com a falta do apoio financeiro das cidades para a arte em si. Não podemos esperar muito do poder público para criar melhores condições aos nossos músicos ituanos”, disse.
E finaliza dizendo que acredita que a música pode ajudar muitos jovens ituanos a encontrarem um caminho profissional, como ele encontrei. “Estou sempre à disposição para ajudar qualquer pessoa que queira se profissionalizar na música, continuando assim a mesma trajetória de apoio e dedicação que meus professores tiveram”, finaliza.

Texto: Denise Katahira

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