Tomorrowland: som, fúria, caos e magia

O Tomorrowland retornou para Itu após sete anos, com expectativa de receber 180 mil pessoas de 90 países diferentes. Na quinta-feira (12), chuvas e ventos fortes transformaram grande parte da área do evento em um lamaçal. Vídeos compartilhados nas redes mostram a aventura dos participantes.

O analista jurídico Diego Costa (foto), 36 anos, foi uma das milhares de pessoas a comprar ingresso para o primeiro dia do festival. “Já havia ido nos outros anos e a expectativa era grande”, diz. Ele enfrentou muita falta de organização para tentar curtir a magia do festival de música eletrônica, que tinha como slogan “The Reflection on Love”.

“Fui de ônibus, pois nos outros anos tinha corrido tudo bem, mas nesse ano já na ida, a gente teve que pagar a volta, porém, quando retornarmos, ficamos mais de uma hora e meia no local que achávamos que era o ponto, mas não apareceu nenhum ônibus e tivemos que ir a pé até a rodovia e atravessar do outro lado, pois deste estava o trânsito tudo parado, às 3h da madrugada”, relembra.

Ele diz que um local que era restrito para ônibus foi liberado para trânsito em geral e gerou um caos. “No sábado, eu vi vídeos de um amigo que foi e tive a impressão de que eles melhoraram bastante a infraestrutura”, diz.

Para quem queria curtir a sexta-feira, 13, foi de azar: a programação foi cancelada, e o aviso foi publicado ao meio-dia, o que gerou revolta de muita gente. “Vocês já sabiam que não teriam condições desde manhã e avisaram só agora?”, relatou uma participante, dizendo que havia viajado a manhã toda. Teve gente que perdeu a viagem, e teve gente que perdeu a tatuagem. Veja aqui.

No outro dia, o anúncio da retomada da programação normal também deixou muita gente indignada. “Vocês vão realmente fingir que nada aconteceu?”, diziam os internautas. Através de e-mail, a produção oferece reembolso ou a possibilidade de curtir, gratuitamente, o evento no ano que vem. Sim, Tomorrowland 2024 vem aí e será, novamente, em outubro e no Parque Maeda, entre os dias 11 e 13.

Enquanto muitos reclamaram, muitos também curtiram a festa e o balanço foi: valeu a pena viver a magia do evento, apesar de lama e caos.

Uma das atrações da festa foram os fogos de artifícios, com show de cores e estrondos. A soltura de fogos com som é proibida por lei municipal e estadual, para preservar os animais, mas não foi respeitada – em uma área rural rica em fauna.

Isenção fiscal e filantropia

Vale lembrar que em dezembro de 2022, os vereadores aprovaram uma lei do prefeito Guilherme Gazzola, que concede desconto e isenção fiscal para eventos com mais de 40 mil pessoas por dia – ou seja, Tomorrowland. Veja a lei aqui.

Depois da isenção, o prefeitura anunciou o quanto o evento é benéfico para  a cidade, com a doação de R$ 1 milhão pela Tomorrowland Foundation, que irá fazer, no Jardim Vitória, “a reforma do Centro de Experimentação em Linguagens (CEL), implantação de novos espaços de lazer, mais de 40 novos equipamentos musicais, materiais artísticos e a contratação de professores.” A ONG Tecendo Infâncias, de Maíra Gazzola, irmã do prefeito, também faz parte do projeto.

O CEL foi inaugurado pelo prefeito Gazzola, em fevereiro de 2018 ,como CEU (Centro de Artes e Esportes Unificado), mas mudou de nome sem explicação alguma.

“Nós gostamos muito da cidade de Itu e pretendemos continuar realizando o festival aqui por muito tempo, e assim continuaremos nossa parceria, oferecendo cada vez mais novas oportunidades, e quem sabe expandir para outros projetos para outros espaços”, disse Frédéric de Gezelle, Relações Públicas da Tomorrowland Foundation.

(FOTOS: ARQUIVO PESSOAL/ DIVULGAÇÃO)

3 thoughts on “Tomorrowland: som, fúria, caos e magia

  • 17 de outubro de 2023 em 12:38
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    Como sempre esse prefeitinho e sua quadrilha não dá ponto sem nó.
    Mas graças à Deus teremos eleições e com toda certeza tiraremos esses ladrões da câmera e das secretárias pq eles só sabe fazer o que é para benéfico próprio, e a população fica a Deus dará

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  • 17 de outubro de 2023 em 13:01
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    Com imprevistos, é sábio que estes podem acontecer em qualquer evento. É inegável que houve um aporte econômico na cidade e muito há realmente o que melhorar, coisas que acredito que os responsáveis analisarão. Quanto ao Instituto, nobre ação em nosso município, todavia, fico a refletir que, sendo o evento realizado na região do Pirapitingui, não seria interessante que o mesmo fosse implantado nesta região? Afinal, Cidade Nova, Novo Mundo, Jardim Europa, Jardim União, Vila Martins, Vila Vivenda, Portal do Edén, Vila da Paz II, II e III são carentes de projetos que propiciem a arte musical!

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  • 21 de outubro de 2023 em 14:34
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    Um evento deste porte em nossa cidade é um privilégio para poucos municípios no Brasil.
    Parabenizo a família Maeda pela magnitude e pela resiliência, pois, organizar um evento como este é somente para os destemidos. Vocês têm todo o meu respeito.
    Infelizmente, a natureza não pode ser contida e o temporal diminuiu o brilho do evento, mas não o apagou.
    Problemas surgem, sim, eles afloram dos lugares menos esperados; mas temos o consolo de que não é somente aqui em Itu.
    Não cabia aos responsáveis conter as consequências de um temporal, mas aplacar os prejuízos e terminar o que se propuseram: oferecer um evento internacional utilizando todos os recursos tecnológicos disponíveis, compatíveis com o século XXI.
    Obrigada ao grupo Maeda por não eximir o espírito ituano de sua essência. Não desista de nós.

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