Como o Espiritismo interpreta o “Fim dos Tempos”?

Muitas religiões previram o de fim dos tempos. E elas especificaram os sinais pelos quais esses tempos seriam identificados: mortes em massa, cataclismos, fome, guerras etc.

 Os maias previram isso para o fim do ano 2012, pela conclusão de um ciclo de 5126 anos. Para os Hindus esse tempo chegará quando em sua derradeira encarnação, Vishnu descerá à Terra em um corcel branco, e com sua espada aniquilará toda a maldade.

Os muçulmanos acreditam nesse tempo como a derrota definitiva de Masih-Al-Dajjal, um profeta do mal, pelo Mahdi, o seu Messias e com ajuda de Jesus. Entre os Vikings (nórdicos), Loki, comandará as forças do mal, com seus monstros, lobos e serpentes contra Asgard. Então, Heimdall fará soar suas trombetas e a humanidade será destruída.

Entre os cristãos, a referência é o Apocalipse de João, com seus quatro cavaleiros: a morte, a peste, a fome e a guerra. Profetas de plantão também se aventuram nessa área, com suas previsões fantásticas e aterrorizantes, tipo, Nostradamus, com sua Les Prophéties.

E os espíritas, como entendem o final dos tempos?

 Primeiro é preciso entender como, para os espíritas, o conhecimento das coisas importantes para a humanidade acontece. Para eles, as mensagens dos céus não privilegiam povos. Não existe povo escolhido, pois todos são filhos do mesmo Pai.

 A revelação ocorre em diversas versões da verdade, cada uma adaptada à capacidade de interpretação de cada povo. Para os espíritas não existe o fim do mundo, mas o término de uma etapa evolutiva da humanidade. Algo como o final de um ano escolar, onde determinadas provas e avaliações determinam o status e o lugar futuro de cada aluno. O aluno não conhece as questões, mas sabe o que deve estudar para se preparar para a prova. Sabe que a escola não será destruída e nem os reprovados serão aniquilados, mas que os primeiros serão levados a novos e desafiadores conhecimentos e os segundos, levados a um novo ano de reciclagem e reaprendizado.

A ideia da destruição em massa não prevalece no espiritismo, para o qual não existirá um final apocalíptico e definitivo, pois o espírito continuará a sua jornada evolutiva ganhando novas experiências e novas oportunidades de trabalho e aprendizado. Deus sabe que destino dar ao mundo e à humanidade e, por certo, Sua vontade não deve ser destruir nem um, nem outro, mas empregá-los segundo suas finalidades.

Derrubada uma casa, constrói-se outra, melhor e mais confortável e, enquanto isso, os ocupantes se mudam para outro lugar. E lugar é o que não falta nesse universo. Para os espíritas a Terra não será destruída, mas abrigará os que obtiveram pelo seu esforço o mérito de nela permanecer, usufruindo de toda a evolução moral e tecnológica que construíram com seu trabalho e dedicação ao longo dos milênios.

Os que não tiverem alcançado esse mérito serão reconduzidos a novas oportunidades de aprendizado e reflexão sobre suas faltas, em algum orbe adequado às necessidades das lições que devam reaprender, isto é, ganhar honestamente o pão com o suor do seu rosto e amar ao próximo como a si mesmo. E não haverá um dia para o Juízo Final.

 Estamos constantemente sendo avaliados pelos nossos atos e estes apontam o nosso futuro. É claro que essa transição inclui o movimento de muita gente e, naturalmente, grandes perturbações. Mas essas perturbações serão muito mais morais do que físicas. O mundo continua tremendo com seus vulcões, terremotos e tsunamis, aliás, já tremeu muito mais. Então, nada de sobrenatural ou fantástico, apenas o movimento natural de uma humanidade que precisa definir seus novos caminhos.

E, o que fazer para merecer estar na melhor posição após essa transição? Para a maioria das religiões e, também para o espiritismo, basta seguir as orientações daqueles que vêm, ao longo de milênios, nos preparando para esses tempos, ensinando-nos a amar e respeitar os nossos semelhantes, a trabalhar honestamente, sem ganância e egoísmo, a preservar a beleza e a utilidade da obra divina e, a sermos verdadeiramente úteis para nós mesmos e para os nossos semelhantes.

Carmo Rodrigues, professor e espírita

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