Vereadores batem boca em sessão: “só fazem o que o prefeito manda”, diz oposição
Foi quente o clima na sessão extraordinária da Câmara de Vereadores de Itu (SP) na manhã desta sexta-feira (18). Foram votados dois projetos. O primeiro foi a segunda rodada sobre as contas da Prefeitura. O outro autoriza o prefeito a firmar acordos com o Governo do Estado até o fim do mandato sem a necessidade de aprovação na Câmara. Ambos foram aprovados com discordâncias da oposição e bate boca com acusações entre situação e oposição.
O projeto que autorizava o prefeito a firmar acordos e convênios com o Estados recebeu a emenda dos vereadores da oposição para que o prazo fosse até o final deste ano. Assinaram o texto Maria Piunti (PSC), Galvão (DEM), Patrícia Aspa (PSD) e Paulo Ortiz (MDB). A emenda foi rejeitada por oito votos a quatro e gerou revolta entre os vereadores opositores. Outras duas emendas que dão poderes de decisão ao prefeito sobre convênios até 2024, de autoria dos vereadores da situação, foram aprovadas.
“Não existe isso aqui”, iniciou Ortiz, “de votar contra tudo o que vem do prefeito e eu queria que a recíproca fosse verdadeira”, reclamou em relação aos vereadores que apoiam o prefeito. A discussão ficou mais acalorada quando a vereadora Patrícia Aspa chamou os apoiadores do prefeito de “mandados pelo chefe do Executivo”. A fala gerou revolta e o bloco inteiro usou da fala do vereador líder do governo na Câmara, Normino da Rádio (Cidadania), para repudiar o rótulo.
“Isso não condiz com vossa excelência. Não foi essa vereadora que eu conheci”, disse Normino. “Tenho certeza que temos que ter companheirismo aqui”, pediu. A vice-presidente Célia Rocha (PL) disse que se surpreendeu com a fala da colega. “Dizer que somos mandados é muito forte. Todos nós temos uma história, fomos eleitos e não colocados aqui”, reclamou. O repúdio continuou na discussão.
“Amém” e cutucada
Donizetti André (Republicanos) disse que só quem manda nele é Deus, ouvindo um amém ao fundo de alguém que não foi possível identificar. “Ninguém manda em mim. Sou vereador da minha consciência e do povo ituano”, disse. Luisinho (MDB) completou. “Aqui não tem pelego não. Estamos juntos para fazer o melhor para a nossa cidade”, afirmou.
O vereador Mané da Saúde (PDT) também se defendeu. “Não sou mandado por ninguém. Nós acreditamos no governo. É diferente. Se nós vamos votar um projeto desse, é porque nós acreditamos no governo, que é um governo bom, tanto que foi reeleito”, disse. E aproveitou para cutucar. “O próprio pessoal que fala que a gente é mandado do prefeito, apoiaram outro candidato, e perderam a eleição. Vir aqui e acusar todo mundo de ser mandado é complicado.”
“Cheque em branco para o prefeito”
Depois da avalanche de reações, a vereadora Patrícia voltou ao microfone. “Só falei o que eu sinto no meu coração”, iniciou, desculpando-se. “Peço desculpas se o senhor se ofendeu [disse olhando para Normino], mas ninguém vem me dizer que ele [o prefeito] é uma boa pessoa porque ele deixou organizações abandonadas. Eu fui, junto com a minha organização, colocada de lado por causa de um capricho do prefeito, sendo que mais de 500 animais foram abandonados por um capricho dele”, desabafou.
“Se fosse você”, devolveu Normino, “pediria para retirar esses termos [mandados pelo prefeito] da sua fala, mas respeito”, disse. Galvão apoio Patrícia. “Votei contra as emendas porque elas só surgiram para não dar o gosto de passar a emenda da oposição, para não desagradar os caprichos e as vontades do Executivo. Nós não temos que pedir nada ao prefeito. Ele que tem que mandar para cá para ter o crivo do Legislativo”, disse.
Maria Piunti reforçou. “Infelizmente eu concordo com a opinião da vereadora Patrícia. Não é possível que os vereadores da situação possam decidir que não vai haver necessidade de enviar projetos para esta casa até dezembro de 2024, que é quando acaba este mandato. Eu respeito quem acredita neste governo. Ele é o prefeito eleito, mas não se pode ter certeza que todos os atos do executivo serão corretos”, pontuou.
“Todos estão passíveis de erros e há necessidades de ajustes, principalmente projetos que possam ser enriquecidos passando por esta cassa. Penso, sim, que os vereadores da base só fazem aquilo que o prefeito manda”, provocou. “Se ele [o prefeito] precisa de um cheque em branco até o fim do mandato dele, é porque ele não está muito confiante que vocês, os vereadores da base, vão aprovar se ele precisar mandar todos os anos”, encerrou.
Fotos: reprodução/TV Câmara
Infelizmente o povo está desamparado por grupo coeso que só diz amém. Minha solidariedade e respeito aos 4 Vereadores que defendem a democracia e os cidadãos. O grupo do amém não deve esquecer que em 2024 terão que enfrentar as ruas. Não temos Av. Paulista, mas deviam fazer o teste das ruas centrais e dos bairros.
Fica o recado para Vossas Excelências!
Tirando a oposição, só tem pau mandado do Gazzola, o pequeno príncipe.
O discurso destes “nobres” vereadores, demonstra um Verdadeiro abismo entre a fala e a ação no campo do real.
Somente 4 questionam, os demais são asseclas de seu Mestre Político.
Câmara digna é a de Salto, até os apoiadores do Prefeito, o questionam e o criticam in loco.
Marionetes do Prefeito. Vergonhoso.
Mané da Saúde, o Apaixonado por Itu!
Será?
Assim como Gazzola diz que ama andar nas ruas ao lado do povo, porém sempre cercado de 4 seguranças até para ir ao banheiro.