Renato Scarpin fala sobre “Engolindo Sapo”

Nos dias 28 e 29 de julho, o Teatro Nósmesmos recebe o ator Renato Scarpin com seu show de humor solo “Engolindo Sapo”, às 20h, no sábado e às 19h no domingo.  O espetáculo é um solo de humor com uma proposta diferente, já que ator intercala momentos de ‘cara limpa’ com personagens inteligentes, inéditas e inusitadas. Em nove anos em cartaz, a peça já fez mais de 300 mil pessoas rirem.

Confira abaixo entrevista exclusiva com o ator.

Em quantas cidades você já se apresentou?

O Engolindo Sapo estreou em 2009 em São Paulo, durante o ano de 2010 viajei bastante pelo estado de SP com a peça, depois fiquei por mais de 7 anos em cartaz de sexta a domingo ininterruptamente em São Paulo e durante esse período também fizemos viagens com o espetáculo, totalizando aproximadamente umas 30 cidades.

Os personagens que você interpreta mudaram nesses anos?

Sim. troquei alguns personagens e coloquei novos afim de inovar o assunto ou porque dizem coisas mais interessantes. Gosto de fazer rir falando coisas engraçadas sem perder aquele tiquinho de reflexão e crítica que cada personagem oferece.

Teve alguma situação mais inusitada que já viveu?

Várias. Uma vez um casal começou a discutir no meio da peça por causa de uma piada onde o marido se entregou sem querer. A mais legal foi um pedido de casamento durante o espetáculo. O noivo tinha visto a peça e adorado. Combinou comigo e com a produção da peça e levou a família com mais de 30 pessoas para assistir de surpresa, sem a noiva ver, porque organizamos para ela entrar atrasada na sala de teatro e não conseguir enxergar o resto do público. No meio da peça, eu entrei no assunto casamento, inseri o nome dos noivos nas piadas e então chamei o noivo para o palco e ele fez o pedido para ela com o teatro lotado e com seus familiares e amigos presenciando. Foi emocionante e muito surpreendente!

Imagino que o texto tenha sofrido algumas alterações neste período. Como foram estas mudanças?

Sofreu sim. Eu troquei personagens, troquei alguns assuntos, modifiquei algumas piadas para atualizá-las com as notícias, os acontecimentos e com as mudanças dos tempos.

O aumento do “politicamente correto” você acha que afeta o trabalho dos que trabalham com humor?

Afeta e muito. Mel Brooks escreveu esses dias que o politicamente correto matou a comédia. Hoje qualquer um se sente ofendido por qualquer coisa. Eu acredito que haja uma diferença entre ofensa real ou preconceito e uma piada. O que senti nesses últimos anos foi uma patrulha cada vez maior, o que me levou a sempre readequar algo no texto… por um lado isso é legal também, as mudanças sempre chegam pro bem… Embora a peça faça humor de vários assuntos, nunca sofri ataques pelo teor das piadas, até porque tenho o cuidado de não fazer piadas de mau gosto. No texto praticamente não há palavrão e mesmo assim o público ri do começo ao fim, porque se veem em cada situação retratada, se identificam.

Antes usávamos o nome completo da peça que é ‘Engolindo Sapo pra um dia comer Perereca’, agora adotamos apenas ‘Engolindo Sapo’, pois pode parecer que há um fundo machista no complemento do nome, apesar de não ser essa a intenção.. na criação do nome, pensei apenas em uma brincadeira, uma metáfora de todos os sapos que engolimos na vida, em todos os assuntos, para um dia quem sabe conquistar algo realmente bom! Não tinha uma conotação pejorativa, mas sim de sucesso, de algo sensacional!

 

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