Advogados das famílias falam sobre erro em velório

Aguida Maria Moreira de Souza, 57 anos, e Antonia Nunes Cruz Machado, de 66,  ficaram internadas mais de um mês para lutarem contra o câncer. Uma no hospital da Unimed, em Salto, outra na Santa Casa de Itu. Na madrugada de sexta-feira, 17, seus familiares foram avisados de que os tratamentos não haviam sido eficazes e elas haviam falecido.  Além destas similaridades, elas tinham mais uma coisa em comum: eram mulheres discretas, avessas à exposições.

Ninguém imaginaria que suas histórias se encontrariam no decorrer daquele dia, quando seus corpos foram trocados por um agente na funerária particular na qual foram veladas, em Itu. O equívoco logo se tornou conhecido, através da imprensa.

Foto no celular

A advogada da família de Antonia, Rosangela de Mazi, agradece à publicidade que o caso alcançou, pois foi graças a isso que, segundo ela, houve uma maior mobilização para a resolução do caso. “Agradeço à imprensa, à Polícia que esteve lá, nos dando apoio e lamento que não fomos acolhidos como deveríamos: a funerária e o cemitério estavam fechados, e ficamos na rua, debaixo do sol”, reclama.

Ela afirma que entende que a família de Aguida também foi vítima e foi levada ao engano. “Assim que os filhos chegaram ao local, eles questionaram a diferença, mas disseram que era isso mesmo. Eles insistiram, tiveram que mostrar a foto da mãe no celular para que aceitassem que havia um erro”, diz ela.

Os advogados representantes da família de Aguida, do escritório  T.H Rodrigues e Caetano Advogados Associados, também afirmam que  os familiares questionaram a diferença dos corpos, mas os representantes da Funerária foram enfáticos em dizer que era realmente o corpo correto, que estaria diferente por estar inchado pelo longo tempo de internação. “Ela havia ficado 33 dias internadas, com câncer, e as roupas das duas eram da cor azul. Por isso, a família acabou se conformando e velando por aquele corpo como se fosse de sua ente querida”.

O advogado ressalta ainda que a família está extremamente abalada com o ocorrido e com as críticas ocorridas em redes sociais. “Eles também são vítimas e estão sendo acusados como se fossem os causadores de tudo isso. Rezem por esta família, para que eles superem este momento de dor, agravado ainda mais por este erro, que precisa ser apurado para que outras famílias não passem por isso”, finaliza.

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