Prefeitura de Itu notifica artista a pagar R$ 9 mil e passa tinta azul em grafite
O artista Adelson Andrade recebeu uma notificação da Prefeitura na manhã desta quinta-feira, 18, após fazer uma homenagem a três ícones negros em um tapume na restauração do Cruzeiro, na Praça Dom Pedro II. O documento, assinado pela diretora de obras e postura, Ana Paula de Moraes Quinteiro Capelli, tem o título: “Auto de Infração”.
No documento, ela diz que “as irregularidades não foram cumpridas no prazo determinado (sic)” e fala em multa de 4.000 UFMI – cerca de R$ 9 mil e duzentos, que deverá ser paga em até trinta dias, “sob pena de a empresa ser acionada judicialmente”.
Para justificar o ato de infracional, a diretora cita a lei 2043, artigo terceiro. Porém, a lei, conhecida como lei das fachadas, se refere a fachadas e propagandas na zona histórica.
Tristeza, tinta fresca, ignorância e escravidão
A resistência de órgãos oficiais à arte de rua não é algo novo. A cantora Marisa Monte compôs a música “Gentileza” em defesa da arte do artista conhecido como profeta Gentileza, quando a prefeitura do Rio de Janeiro cobriu a arte dele com tinta cinza. Hoje, sua arte é considerada patrimônio cultural.
O muralista Kobra, considerado uma das maiores referências na arte, em entrevista ao portal Uol disse que ações de repressão a arte de rua demostram ignorância. “Esse preconceito está muito associado à ignorância. Há tantos artistas que de forma voluntária saem das suas casas com as suas tintas e vão doar os seus trabalhos para a cidade, muitas vezes com muita dificuldade, tanto para comprar as tintas quanto para executar o trabalho”.
Em 2019, o governador João Doria pintou grafites na tradicional Rua 23 de maio, na capital paulista. A Justiça condenou o governador pelo ato.
O próprio Tebas, artista responsável pelo Cruzeiro da Praça em que o grafite de Adelson foi feito, é hoje aclamado, mas foi um escravo que teve seu trabalho reconhecido apenas 200 anos mais tarde.
Excelente matéria e triste realidade. A cidade merece o foco do executivo fora de questões pequenas. Há muito por fazer, a ficar perdendo tempo com punições e mais punições.
Itu sem igual mesmo… vergonha!!!!!! Bora cuidar dos reservatórios, tratar de dar incentivo fiscal para que mais empresas estejam em nosso município….Isso sim.prrcisa ser feito.
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Infelizmente a cor de pele e estlio de cabelo incomodam muita gente. A intolerância deste governo para com a arte de rua, e a multa por ele aplicada deixa claro que a sua ação foi premeditada tinha endereço certo. Quero aqui lembrar da dificuldade que nos artistas enfrentamos numa pandemia que se arrasta há 2 anos, será que este governo teve o mesmo punho de socorrer os artistas como teve o de humilhar, discriminar e retalhar a imagem de um artista muito conhecido pela sua arte?
So lamento, assistir isto e tão de perto.
Parabéns a vocês pela divulgação deste crime, que não foi só cometido contra o artista multi Adelson de Andrade, mas contra uma nação de misturas de raças que se denominam “vidas” e toda vida merece respeito.
– A arte de Adelson de Andrade me representa!
Prefeito brabo,bate boca com o cidadão no boteco e ainda mete multa no Artista,e água nas casas que é bom nada.
Uma pena! O artista pintou tapumes. Não pichou muros ou construções, não falou mal de políticos, não desdenhou de ninguém. Apenas retratou 3 personalidade negras que deixaram um legado, nos tapumes, em frente ao Cruzeiro.
Essa cidade também foi construída por mãos negras. Que tristeza! Foi, no meu entender, uma forma de homenagem no Dia da Consciência Negra.
Que pena! Uma tristeza isso! O artista não pichou muros ou construções, não falou mal de políticos, não desdenhou de ninguém. Apenas retratou 3 personalidades negras que fizeram história. Essa cidade foi construída também por mãos negras. O artista usou os tapumes que cercam a obra no Cruzeiro para prestar uma singela homenagem,coincidindo com o Dia da Consciência Negra. Ele deu vida aos tapumes desnudos, vida em preto e branco.
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